Sobreiro
Nome científico: Quercus suber L.
Nome comum: Sobreiro
Família: Fagaceae
Tipo de origem: Autóctone
Origem: Região ocidental da Bacia Mediterrânica
Descrição da espécie:
O Quercus suber é uma árvore de porte médio a grande, que pode atingir até 25 m de altura, com copa ampla, algo irregular, podendo atingir, por vezes, uma projeção de 500 metros quadrados em árvores com 150 a 200 anos, e o tronco pode ter mais de 6 metros de Perímetro à Altura do Peito (PAP). O tronco, ramos e raízes, são revestidos por uma casca suberosa (cortiça) de grande espessura . É uma espécie de grande longevidade, que pode ir até aos 250 - 300 anos.
As folhas são persistentes, apresentam uma cor verde-escura na página superior e são esbranquiçadas e revestidas de uma penugem na página inferior, onde se nota uma saliência da rede de nervuras. As dimensões e formas apresentam diferenças de árvore para árvore, podendo ser ovadas, ovadas, lanceoladas, oblongas ou serradas. As folhas nascem no princípio da Primavera e desenvolvem-se até junho, correspondendo ao início da atividade fisiológica da árvore, que ocorre em fevereiro-março, com a rebentação dos gomos. A duração média das folhas é de um a dois anos, e grande parte caem na Primavera.
A floração ocorre entre abril a junho. As flores masculinas situam-se nas extremidades dos lançamentos dos ramos do ano anterior ou na base de raminhos do próprio ano, formando amentilhos pendentes e agrupados. As flores femininas situam-se nas axilas das folhas, na parte média dos lançamentos anuais dos ramos, dentro de um invólucro de escamas, que mais tarde dão origem à cúpula do fruto. A polinização ocorre na Primavera.
A frutificação inicia-se por volta dos 15 a 20 anos. O fruto, designado por glande ou bolota, apresenta dimensões e formas diferentes de árvore para árvore. Em virtude do longo período de floração, a maturação da bolota também se estende no tempo, requerendo cerca de nove meses para amadurecer, sendo a época de frutificação maios abundante entre novembro a janeiro.
Durante toda a sua vida produz cortiça, ocorrendo a primeira extração quando a árvore atinge entre 25 e 30 anos, em que a cortiça, com uma espessura considerável, recebe o nome de virgem. A explorabilidade económica não ultrapassa os 150-200 anos, correspondendo a 12-14 extrações, periodicamente, de 9 em 9 ou 10 em 10 anos.
Utilizações:
A cortiça, principal produto do sobreiro, é utilizada na produção de rolhas, aglomerados (que são utilizados para revestimento de solos e paredes, folhas de revestimento em painéis, isolamento térmico, acústico, e vibrático), objetos de mobiliário, de decoração ou de moda, vestuário, calçado, estando em desenvolvimento novos produtos e novas aplicações, pois continua a ser um material de investigação e inovação.
Os sobreiros são produtores de folhas e frutos com interesse para a alimentação animal.
Curiosidades:
Em finais de 2011, a Assembleia da República atribuiu ao sobreiro o estatuto simbólico de “Árvore Nacional de Portugal”, chamando a atenção para o seu valor económico, social e ambiental.
É uma espécie sujeita e medidas de proteção há pelo menos 15 séculos. Em Portugal, os “Costumes e Foros de Castelo Rodrigo e Castelo Melhor”, promulgados pelo rei D. Sancho I em 1209, ditavam multas a quem danificasse sobreiros, prejudicando a produção de lande (nome também dado à bolota) usada na alimentação dos animais. Ainda no século XIII, D. Dinis decreta a primeira legislação que proíbe o corte destas árvores. Da mesma forma, de modo a preservar os montados, têm sido regulamentadas diversas práticas de gestão como o abate, a extração da cortiça, as podas, cortes e uso do solo (Decreto de Lei nº 169/2001 de 25 de Maio).
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