Pinheiro-manso
Nome científico: Pinus pinea L.
Nome comum: Pinheiro-manso
Família: Pinaceae
Tipo de origem: Autóctone
Origem: Europa mediterrânica e oeste da Ásia
Descrição da espécie:
O Pinus pinea é uma árvore perenifólia de grande porte, até 30 m, de copa ampla, densa e arredondada, em forma de guarda-sol quando adulta. Pode atingir cerca de 500 anos. O tronco normalmente é direito, com a casca castanho-acizentada, destacando-se em placas grandes, deixando a descoberto superfícies vermelho-alaranjadas.
As folhas, em forma de agulha (aciculares), com cerca de 10-20 cm de comprimento por 1,5-2 mm de largura, apresentam-se em grupos (fascículos) de duas, de cor verde-clara, ligeiramente torcidas, agudas, persistindo por 2 a 3 anos na árvore, com 12 linhas estomáticas na face dorsal e 6 na face ventral.
As flores masculinas e femininas ocorrem na mesma árvore, sendo uma espécie monóica, beneficiando do vento para a polinização cruzada (anemófila). As flores masculinas estão agrupadas em espigas alargadas (amentilhos) de cor amarelo-alaranjado, e formam-se na base da copa. As flores femininas (estróbilos) formam-se em geral no topo da copa, na continuação dos crescimentos do ano, e têm a forma de uma micropinha. A floração ocorre entre os meses de março a junho. As flores masculinas libertam uma grande quantidade de pólen, surgem no início da primavera, normalmente antes das flores femininas, decorrendo três anos até à fecundação, pelo que a duração das pinhas é de três a quatro anos, e a maturação completa é atingida entre o final do Verão e o início do Inverno do terceiro ano, sendo geralmente deiscente no início da Primavera do 4º ano.
O fruto é uma pinha, ovado ou globoso, com 8-14 cm de comprimento e 7-10 cm de largura, de cor verde no seu início, e castanho-avermelhada, brilhante, na maturação. As escamas têm um escudo proeminente, sob as quais se encontram duas sementes (pinhões) ovóide-elipsóides, de 1,5 a 2 cm de comprimento, com asa pequena e testa lenhosa. As pinhas levam 3 anos a amadurecer. A frutificação ocorre a partir dos 10-15 anos, mas só a partir dos 20 anos produz em abundância.
Utilizações:
O principal interesse económico reside no aproveitamento dos pinhões: sementes comestíveis, ricas em nutrientes, oleaginosas, utilizadas em doçaria e na confecção de alguns pratos gastronómicos, ou como aperitivos.
A sua madeira é utilizada em vigamentos, carpintaria, pavimentos e construção naval.
Curiosidades:
Desde a antiguidade que o pinhão do pinheiro-manso é muito apreciado como alimento e era já usado, por exemplo, pelas Legiões Romanas nas suas rações de combate.
O navegador Bartolomeu Dias terá escolhido, numa zona perto de Alcácer do Sal, os pinheiros-mansos para a construção das caravelas que dobraram o cabo da Boa Esperança. Árvores semelhantes, da margem norte do Tejo, terão sido usadas na frota de Vasco da Gama que chegou à Índia em 1498.
Alguns pinhais-mansos do nosso litoral estão incluídos nos ecossistemas protegidos pela Diretiva Habitats e nos Sítios de Importância Comunitária (SIC) da Rede Natura 2000. Nos SIC litorais, alguns destes pinhais-mansos antigos, localizados sobre dunas costeiras, pouco perturbados e com vegetação conservada, incluem-se no habitat prioritário: 2270 – Dunas com florestas de Pinus pinea ou Pinus pinaster.
Saiba mais:
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