Acácia-de-espigas
Nome científico: Acacia longifolia (Andrews) Willd.
Nome comum: Acácia-de-espigas, acácia, acácia-de-folhas-longas
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Tipo de origem: Exótica
Origem: Sudeste da Austrália
Espécie invasora (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Descrição da espécie:
A Acacia longifolia é um arbusto ou pequena árvore até 8 m, perenifólia, formando uma copa aberta. A casca é lisa e cinzenta-baço. cinzento-prateada. Raminhos glabros (desprovido de pêlos).
Folhas reduzidas a filódios laminares, oblongos a oblongo-lanceoladas, retilíneos, com 2 a 4 nervuras proeminentes longitudinais.
A floração ocorre entre dezembro a abril, sendo as flores amarelo-vivo, reunidas em espigas axilares, com 2 a 6 cm de comprimentos por 0,5 cm de diâmetro.
O fruto é uma vagem, cilíndrica, com 7 a 15 cm de comprimento por 0,4 a ,05 cm de diâmetro, linear, sulcada, direitas na fase inicial e contorcidas na maturação. Distintamente comprimidas entre sementes, castanha quando adulta. Sementes com funículo curto, esbranquiçado.
Características que facilitam a invasão:
Reproduz-se por via seminal produzindo muitas sementes, que permanecem viáveis no solo durante muitos anos. A produção de sementes chega a atingir 12000 sementes/m2/ano, a grande maioria concentrada debaixo da copa da árvore. As sementes são dispersas por animais, sobretudo por pássaros e formigas, causando o aparecimento de focos de invasão. A germinação é estimulada pelo fogo. Apresenta taxa de crescimento elevada.
A espécie também se reproduz por via vegetativa, formando rebentos de touça em algumas situações. No entanto, em zonas de subcoberto, em algumas condições climáticas ou estações do ano a espécie rebenta muito menos vigorosamente ou pode mesmo não formar rebentos.
Ambientes preferenciais de invasão:
Dunas costeiras, alguns cabos e nas margens de linhas de água. Surge também, apesar de menos frequentemente, em margens de vias de comunicação e áreas de montanha mais interiores.
Razão de introdução:
Foi introduzida na Península Ibérica como ornamental, e para controlo de erosão, principalmente em dunas costeiras.
Impactes nos ecossistemas:
É uma das espécies invasoras com maiores impactes nos ecossistemas dunares. Forma povoamentos muito densos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa, diminuindo o fluxo das linhas de água. Produz muita folhada rica em azoto, e promove a alteração da composição (carbono e nutrientes, principalmente azoto) e da microbiologia do solo.
Metodologias controlo:
Controlo natural
O insecto Trichilogaster acaciaelongifoliae (Hymenoptera: Pteromalidae), utilizado com sucesso na África do Sul desde 1982, foi sujeito a testes de especificidade, em quarentena, para avaliação da segurança de utilização em Portugal, e foram oficialmente autorizados, tendo sido concluídos em 2010. Em Julho de 2015, foi autorizada a sua libertação.
Esta espécie forma galhas nas gemas florais e vegetativas de Acacia longifolia impedindo a formação de até 90% das sementes.
Controlo físico
Arranque manual, metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em susbtratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo.
Corte, metodologia preferencial para plantas adultas. Corte tão rente ao solo quanto possível. Deve ser realizado antes da maturação das sementes. Na maioria das vezes, esta operação é suficiente para o controlo eficaz da espécie. No entanto, há situações em que se verifica o rebentamento da touça após o corte, tornando necessária a aplicação desta metodologia em combinação com outras metodologias, nomeadamente a aplicação de herbicidas, em intervenções posteriores.
Controlo físico + químico
Corte combinado com aplicação de herbicida, e aplica-se a plantas adultas. Corte do tronco tão rente ao solo quanto possível e aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) da touça com herbicida (princípio ativo: glifosato). Se houver formação de rebentos, estes devem ser eliminados quando atingirem 25 a 50 cm de altura através de corte ou arranque. Uma vez que esta espécie nem sempre rebenta após o corte, a utilização de herbicida não é muitas vezes necessário, pelo que não se recomenda à partida este método.
Saiba mais:
Informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta dos métodos de controlo
Mapeamento de invasoras: BioDiversity4All