Erva-das-pampas
Nome científico: Cortaderia selloana (Schult. & Schult.f.) Asch. & Graebn.
Nome comum: Erva-das-pampas, penachos, plumas
Família: Poaceae (Gramineae)
Tipo de origem: Exótica
Origem: Chile e Argentina
Espécie invasora (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Descrição da espécie:
A Cortaderia selloana é uma erva perene que forma aglomerados de grandes dimensões, e pode atingir até 2,5 m de altura e 4 m de largura, rizomatosa, com uma grande roseta de folhas basilar que chega a atingir 3,5 m de diâmetro, com numerosos colmos os quais são sensivelmente do mesmo tamanho da roseta, nas plantas femininas, e 2 vezes maiores nas masculinas.
Folhas perenes, acinzentadas ou verde--azuladas, lineares, de margens serrilhadas e cortantes, com ápice acuminado, formando um “v” quando vistas em corte transversal, grandes, em forma de fita e lisas, que podem atingir 2 m de comprimento e 3 a 8 cm de largura. Ásperas ao tato e cobertas por cristais de sílica.
Flores reunidas em panículas, semelhante a plumas grandes, densas, branco-prateadas (por vezes violeta-claras), com 40 a 100 cm de comprimento e 15 a 30 cm de largura, podendo situar-se a mais de 4 m de altura. Morfologicamente a espécie é ginodióica (ou seja, alguns indivíduos têm flores hermafroditas e flores femininas) mas funcionalmente é dióica (as plantas hermafroditas funcionam como dadoras de pólen, ou seja, "masculinas”) pelo que é necessária a presença de indivíduos femininos e "masculinos" relativamente próximos para ocorrer formação de sementes. As flores femininas têm mais pelos o que resulta em panículas mais plumosas e vistosas do que as hermafroditas. Glumas brancas. A floração ocorre de agosto a outubro, podendo surgir pontualmente mais cedo.
O fruto é uma cariopse ou fruto simples de 2,0 a 2,5 mm de comprimento. Seco, típico das gramíneas, também denominado grão. Dispersa-se sob a proteção das glumelas florais (lema e pálea).
Características que facilitam a invasão:
Reproduz-se por via seminal produzindo muitas sementes (uma planta feminina pode produzir até 1 milhão de sementes), as quais são dispersas muito eficazmente pelo vento, originando focos de invasão em locais distantes.
Ambientes preferenciais de invasão:
Dunas costeiras, ao longo de vias de comunicação e áreas perturbadas (terrenos baldios e abandonados). É uma espécie oportunista que se estabelece em áreas onde a vegetação nativa foi eliminada.
Razão de introdução:
Foi introduzida para fins ornamentais.
Impactes nos ecossistemas:
Cresce vigorosamente formando aglomerados densos que dominam a vegetação herbácea e arbustiva; cria barreiras à circulação da fauna e utiliza os recursos disponíveis para outras espécies.
Perda de qualidade da paisagem, perda de biodiversidade, deslocamento da vegetação autóctone, modificação das características físico-químicas do solo.
Metodologias controlo:
Controlo físico
- Arranque manual, preferencial para plântulas e plantas jovens presentes em solos arenosos, se necessário auxiliado por uma enxada ou outra ferramenta. Em substratos mais compactados, o arranque deverá ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo e/ou rizomas arrancados em contacto com o solo, já que estes recuperam facilmente. O arranque da planta deve ser realizado com equipamento de proteção individual já que as folhas são muito cortantes.
- Arranque mecânico aplica-se a plantas de maiores dimensões. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo e/ou rizomas arrancados em contacto com o solo, já que estes recuperam facilmente. Uma alternativa inclui o arranque mecânico de plantas adultas com recurso a um guincho inserido num veículo.
- Corte e posterior remoção da parte radicular em plantas de maiores dimensões sempre que não for possível o arranque. O corte pode ser realizado com motorroçadora e a remoção da parte radicular pode ser feita com recurso a equipamento manual (e.g., enxadas) e/ou mecânico (e.g., retroescavadora). O corte da planta deve ser realizado com equipamento de proteção individual já que as folhas são muito cortantes.
- Corte das panículas: Deve ser realizado antes da dispersão das sementes. Deve garantir-se que não fica qualquer panícula por cortar. As panículas cortadas devem ser retiradas do local e colocadas em sacos duplos para serem posteriormente destruídas ou aguardar a sua degradação.
Controlo físico + químico
- Corte combinado com aplicação de herbicida. Corte dos caules tão rente ao solo quanto possível e aplicação de herbicida (princípio ativo: glifosato) nos novos rebentos.
Controlo químico
- Aplicação foliar de herbicida: aplica-se a plantas jovens. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.
Saiba mais:
Município de Ílhavo – Projeto Life Coop Cortaderia
Informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta dos métodos de controlo
Mapeamento de invasoras: BioDiversity4All