Acácia-mimosa
Nome científico: Acacia dealbata
Nome comum: Mimosa, acácia, acácia-dealbata, acácia-mimosa, bichaneiras
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Tipo de origem: Exótica
Origem: Sudeste da Austrália
Espécie invasora (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Descrição da espécie:
A Acacia dealbata é uma árvore até 15 m de altura, podendo atingir os 30 m, com casca lisa e cinzento-esverdeado, perenifólia. Ramos, raminhos e folhagem branco-prateado a amarelado devido ao indumento (conjunto de pêlos que recobre a superfície).
Folhas perenes, tripuladas, com 10 a 26 pares de pínulas, por sua vez com 20 a 25 pares de folíolos, cada um com cerca de 5mm. Ráquis central com glândulas apenas nas zonas de inserção das pínulas.
A floração ocorre entre janeiro a abril, sendo as flores amarelo-vivo, reunidas em capítulos em forma de rácimos ou panícolas terminais ou axilares, com 5 a6 mm de diâmetro e 30 a 40 flores em cada.
O fruto é uma vagem castanho-avermelhada, comprimida, pruinosa, com a 4 a10 cm de comprimento por 1 a 1,2 cm de diâmetro, comprimida entre as sementes.
Características que facilitam a invasão:
Reproduz-se vegetativamente formando vigorosos rebentos de touça ou raiz após o corte.
Também se reproduz por via seminal produzindo muitas sementes, que se acumulam em bancos de sementes muito numerosos, permanecendo viáveis no solo durante muitos anos. As sementes são dispersas por animais, sobretudo por pássaros e formigas, e, por vezes, por ventos fortes o que leva à formação de focos de invasão dispersos e/ou afastados das áreas invadidas. A maioria acumula-se debaixo da árvore onde formam bancos de sementes numerosos. Germina intensivamente após a passagem do fogo.
Ambientes preferenciais de invasão:
Terrenos frescos dos vales, zonas montanhosas e margens de cursos de água e de vias de comunicação.
Razão de introdução:
Foi introduzida para fins ornamentais, e cultivada para fixação de solos e como espécie florestal.
Impactes nos ecossistemas:
- Forma povoamentos muito densos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa, diminuindo o fluxo das linhas de água e agravando alguns problemas de erosão.
- Tem efeitos alelopáticos, impedindo o desenvolvimento de outras espécies.
- Produz muita folhada rica em azoto promovendo a alteração do solo, o que poderá ter efeitos negativos no desenvolvimento e sobrevivência das espécies nativas e, simultaneamente, favorecer o crescimento de Acacia dealbata e/ou outras espécies invasoras.
Metodologias controlo:
Controlo físico
- Arranque manual, metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam raízes de maiores dimensões no solo.
- Corte com motorroçadora, metodologia preferencial para plântulas resultantes de germinação que tenham ainda dimensões muito pequenas. Deve aplicar-se apenas em dias quentes desde que respeitando as condições de segurança.
- Descasque: metodologia preferencial para plantas adultas com casca lisa, sem feridas. Fazer uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador e remover toda a casca e câmbio vascular até à superfície do solo, se possível até à raiz. Deve realizar-se apenas quando o câmbio vascular estiver ativo o que pode variar de local para local. As melhores épocas para realização coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade.
Controlo físico + químico
- Corte combinado com aplicação de herbicida: aplica-se a plantas adultas. Corte do tronco tão rente ao solo quanto possível e aplicação imediata (impreterivelmente nos segundos que se seguem) de herbicida (princípio ativo: glifosato) na touça. Se houver formação de rebentos, estes devem ser eliminados através de corte, arranque ou pulverização foliar com herbicida (princípio a4vo: glifosato); até 25 a 50 cm de altura. Rebentos de maiores dimensões (a partir de 2 a 3 cm de diâmetro) podem ser descascados ou repetir a metodologia inicial (corte com aplicação de herbicida).
Controlo químico
- Aplicação foliar de herbicida a rebentos jovens (25 a 50 cm de altura) ou germinação elevada.
- Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.
- Injeção com herbicida a plantas adultas diretamente no sistema vascular da planta.
Saiba mais:
Informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta dos métodos de controlo
Mapeamento de invasoras: BioDiversity4All