Háquia-picante
Nome científico: Hakea sericea Schrader
Nome comum: Háquea-picante, espinheiro-bravo
Família: Proteaceae
Tipo de origem: Exótica
Origem: Sul da Austrália
Espécie invasora (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Descrição da espécie:
A Hakea sericea é um arbusto ou pequena árvore até 4 m de altura, de copa irregular.
Folhas perenes, em forma de agulha com 0,5 a 1,5 mm de diâmetro, robustas, com 4 a 8 cm de comprimento, extremamente aguçadas, verde-escuras a verde-acinzentadas.
A floração ocorre entre janeiro a abril, apresentado cor branca/creme, reunidas em fascículos axilares com 1 a 7 flores.
O fruto são folículos lenhosos, castanho-escuros, que se mantêm fechados na copa das plantas por vários anos, sendo por isso designados como frutos serôdios. Um único indivíduo (planta) pode acumular um elevado número de frutos à medida que se vai desenvolvendo. Cada fruto contém apenas duas sementes. As sementes possuem uma asa que favorece a dispersão pelo vento, embora possam ser também transportadas ao longo de linhas de água.
Características que facilitam a invasão:
Reproduz-se por via seminal. Frequentemente as sementes permanecem aprisionadas nos frutos, agarrados à árvore, ao longo da vida da planta, formando um banco de sementes arbóreo e sendo libertadas quando a árvore é queimada ou seca por outra razão. As sementes são depois libertadas e projetadas para grandes distâncias criando novos focos de invasão que frequentemente ocupam áreas muito extensas.
Ambientes preferenciais de invasão:
Áreas perturbadas, como margens de vias de comunicação. Invade também áreas (semi)naturais, onde é cada vez mais frequente.
Ocorre em grandes extensões, em densidades elevadas, frequentemente na sequência de incêndios que queimam indivíduos pontuais ou sebes.
Razão de introdução:
Foi introduzida para fins ornamentais e para formação de sebes de proteção.
Impactes nos ecossistemas:
Forma bosquetes densos e impenetráveis impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa, afetando a vida selvagem, reduzindo a quantidade de água disponível e aumentando a probabilidade de ocorrência de fogo.
Outros impactes:
As folhas picantes ferem, impedem a presença de animais e dificultam as operações de controlo.
Metodologias controlo:
Controlo físico
Arranque manual, metodologia preferencial para plântulas e plantas jovens. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular.
Pelo corte, metodologia preferencial para plantas jovens e adultas. Corte do tronco tão rente ao solo quanto possível com recurso a equipamentos manuais e/ou mecânicos. Deve ser realizado antes da maturação das sementes. Após o corte, as plantas cortadas devem ser deixadas a secar por 12 a 18 meses até libertarem as sementes e estas começarem a germinar. De seguida, deve queimar-se a biomassa remanescente, provocando a morte das sementes restantes e das plântulas. Alternativamente, pode proceder-se ao destroçamento da biomassa.
É uma metodologia eficaz mas dispendiosa e com consequências para a vegetação nativa, se existir.
Controlo químico
Aplicação foliar de herbicida em plantas jovens ou germinação elevada. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: triclopir) limitando a aplicação à espécie-alvo.
Saiba mais:
Informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta dos métodos de controlo
Mapeamento de invasoras: BioDiversity4All