Pinheiro-bravo
Nome científico: Pinus pinaster Aiton
Nome comum: Pinheiro-bravo; pinheiro-marítimo
Família: Pinaceae
Tipo de origem: Autóctone
Origem: Oeste da região mediterrânica, norte de África, e costa atlântica do sul da Europa
Descrição da espécie:
O Pinus pinaster é uma árvore perenifólia de grande porte, até 30-40 m, de copa piramidal quando jovem, mais esférica à medida que os ramos inferiores vão secando e a dominância apical diminuindo, quando velhas apresentam copas largas e rasas no topo. Pode atingir cerca de 200 anos, mas geralmente não ultrapassa os 100 anos. O tronco normalmente é recto e cilíndrico, podendo apresentar defeitos graves e ausência de rectidão quando sujeitos a condições ambientais desfavoráveis (neve ou vento). Uma boa ou má gestão dos povoamentos influencia a forma e qualidade do tronco. A casca nas árvores jovens é espessa e gretada, apresentando fendas de cor avermelhada. Quando o crescimento em diâmetro se torna dominante em relação ao crescimento em altura, a casca torna-se menos espessa, pouco gretada, mais unida e de cor acizentada.
As folhas, em forma de agulha (aciculares), com cerca de 10-25 cm de comprimento por 1-2 mm de largura, apresentam-se em grupos (fascículos) de duas, podendo, em árvores muitos jovens e vigorosas encontrar-se grupos de três. São rígidas, de cor verde-acinzentadas.
É uma espécie monóica, ou seja, ocorrem flores masculinas e femininas na mesma árvore. O pinheiro-bravo começa a florir desde os 7 anos de idade, e a floração ocorre entre março e abril. As inflorescências masculinas são estróbilos de cor amarelada, surgem nos troços intermédios e inferiores da copa, ao longo do terço inferior dos raminhos novos. As inflorescências femininas, estróbilos de cor avermelhada-rosácea, surgem na parte superior da copa, em grupos de 3 a 5 em torno do gomo terminal. A polinização ocorre pela ação do vento (anemofilia).
O fruto é uma pinha, de 8 a 22 cm de comprimento e 5 a 8 cm de largura, oblongo-cónicas, simétricas ou quase simétricas, de cor verde numa fase inicial, e castanha-avermelhada brilhante na maturação. A maturação das pinhas dá-se no Outono do segundo ano, e a libertação das sementes ocorre na Primavera seguinte. As sementes, de 7-8 mm, são providas de uma asa até 3 cm.
Utilizações:
A madeira é utilizada na construção civil, marcenaria, mobiliário, pavimentos, postes, cofragens, caixotaria, aglomerados, carpintaria, construção naval, painéis de madeira, embalagens, e outras.
A resina, um produto florestal não lenhoso, é uma secreção própria de espécies resinosas, explorada principalmente no pinheiro-bravo, dá origem a terebintina, breu, pez-louro, aguarrás, parafina, entre outros produtos com dezenas de aplicações industriais.
Curiosidades:
O Pinhal de Leiria, Pinhal d’El-Rei, ou Mata Nacional de Leiria (instalado no séc. XIII), com cerca de 11.000 hectares é considerado o mais antigo exemplo mundial de reflorestação, e foi impulsionado pelo Rei D. Dinis, embora as primeiras plantações terão antecedido o seu reinado.
Saiba mais:
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Regimes jurídicos da pinha de pinheiro-manso, da resinagem e da circulação da resina de pinheiro