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A Nossa Gente
Falar da Nossa Gente é trazer à memória algumas figuras relevantes da nossa Terra.
Naturais do Município de Ílhavo, ou embora não o sendo, assumiram este como seu, destacaram-se ou destacam-se, deixando o seu legado em diferentes áreas. Mesmo correndo o risco de não serem todas citadas, deixamos aqui uma lista dos vultos que mais exerceram influência na sociedade ilhavense.
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Joana Soeiro
Joana Soeiro nasceu a 24 de janeiro de 1995, na Gafanha da Nazaré, onde estudou até ao 8.º ano de escolaridade, tendo passado por Vagos, Aveiro e Lisboa até finalizar o ensino secundário. O gosto pelo Basquetebol começou quando Joana, com apenas 6 anos de idade, quis seguir os passos do irmão que jogava no Grupo Desportivo da Gafanha.
Inscrita no G.D. Gafanha na época 2001/2002, esta atleta nunca mais parou. Dia após dia, e depois de dois anos de Centro de Treino, o sucesso começou a chegar e, com este, a vontade de chegar mais longe nesta modalidade. O primeiro título de Joana Soeiro foi o Campeonato Distrital de Sub 14, seguindo-se o Campeonato Distrital de Sub 16, entre outros. Em 2009, foi convocada à Seleção Nacional, jogando como Base em diversos países pela Europa fora. Desde então, Joana marcou sempre presença nos Campeonatos Europeus do seu escalão (no ano de 2012, realizou dois Campeonatos Europeus no mesmo verão), contribuindo para a subida à melhor Divisão Europeia e para a manutenção da equipa na Divisão A.
O seu pico individual foi, sem dúvida, a atribuição do título de Melhor Base do Campeonato da Europa de Sub 16. Já ao serviço do Sport Algés e Dafundo (desde 2012), realizou a sua primeira época na Liga Feminina e conquistou diversos títulos, sagrando-se campeão nacional pela referida equipa lisboeta. Depois de vários convites de diversas universidades americanas, com direito a bolsa - Scholarship, Joana Soeiro ingressou na Universidade de Marian, no Estado de Indiana, Estados Unidos da América, onde joga pela equipa da Universidade e estuda Gestão. Deixar a família, os amigos e a Terra que a viu nascer foi o que mais custou a Joana, mas as oportunidades são para se agarrar e Joana seguiu o seu sonho, considerando-se recompensada pelas conquistas alcançadas e pelo fortalecimento da relação que mantém com os seus pais e irmão.
O Basquetebol é uma paixão que Joana alimenta com muito empenho e dedicação: treina 2 horas diariamente e três vezes por semana tem treinos adicionais, antes de ir para as suas aulas, para aperfeiçoamento de técnicas individuais (lançamento e controlo de bola). Com todo o seu esforço e entusiasmo e ciente do trabalho que tem pela frente, Joana Soeiro tenciona atingir a linha máxima do Basquetebol. Já este ano, recebeu o título de Campeã de Conferência pela sua Universidade e foi nomeada para All Freshmen Team (5 atletas mais valiosas da Conferência).
A sua equipa foi apurada para o Campeonato Nacional e bateu mais três recordes históricos: maior número de jogos ganhos em casa (15) e menor número de jogos perdidos (1), bem como o maior número de jogos ganhos numa só época (28). Joana Soeiro continua muito ligada à família, aos amigos e ao G.D. Gafanha, tendo muito recentemente deixado uma mensagem de apoio e carinho, destacando-se aquilo que faz dela um exemplo para todos os jovens do Município: trabalho e dedicação, atitude, responsabilidade e o querer vencer.
Junho 2015
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Celestino Prior
Nascido a 7 de agosto de 1937 na Gafanha do Carmo, Celestino Prior, o mais velho de quatro irmãos, estudou na Escola Primária da Gafanha do Carmo até à 3.ª Classe, tendo abandonado os estudos para ajudar no sustento da família. O pai dedicava-se à apanha do moliço para fertilizar as quintas que se situam entre a Costa Nova e a Vagueira, e a mãe era doméstica.
Com apenas 11 anos de idade, Celestino Prior já trabalhava nessas quintas que eram terrenos agrícolas que se estendiam desde a Ria à orla marítima e onde semeava chicória e batatas. Três anos depois, aquando do falecimento do pai e incumbido de “ser o pai dos irmãos” foi trabalhar nas Salinas de Aveiro (Esteiro dos Romanos) durante o verão e nas Secas do Bacalhau no inverno. Surgiu então a oportunidade de embarcar para a Pesca do Bacalhau por mares da Terra-nova e da Gronelândia. Completou os seus 18 anos um mês após o embarque e fez 19 viagens num total de 12 anos de vida marítima. Aos 29 anos pediu para ficar em terra pois o seu sonho era emigrar.
Já casado e pai de dois filhos, Celestino Prior conseguiu realizar o seu objetivo de alcançar uma vida melhor: a 8 de maio de 1966 seguiu o seu caminho em direção a França (Paris), para trabalhar na indústria automóvel. Com a vida estabilizada em Paris, a família juntou-se a Celestino dois anos mais tarde. O tão desejado regresso à Terra Natal aconteceu no final de 1985.
Pouco tempo depois, Celestino Prior abraçou um novo desafio ao aceitar o convite para assumir as funções de secretário da Comissão Fabriqueira da Paróquia da Gafanha do Carmo. Foram 5 anos dedicados à Comissão que permitiram realizar várias obras na Igreja, das quais muito se orgulha. Mas o trabalho em prol da Comunidade ainda mal tinha começado. Em 1989 foi abordado para concorrer à Junta de Freguesia da Gafanha do Carmo e no início de 1990 assumiu a presidência.
Verdadeiro conhecedor e apaixonado pela sua Terra, Celestino Prior manteve-se na Junta de Freguesia durante 3 mandatos. Desses 12 anos de trabalho e obra feita fica-lhe o sentimento de satisfação e de dever cumprido. Dinâmico e sociável, Celestino Prior está ligado ao Associativismo há vários anos. Em 1996 juntou-se a um grupo de pessoas que formaram o Grupo Regional de Danças e Cantares da Gafanha do Carmo. Foi secretário da Associação, tratou do registo na Conservatória, assumindo o cargo de Presidente da Direção há cerca de dois anos.
Foi sócio fundador da Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo, que completou no passado mês de maio 15 anos, continuando ligado à mesma como secretário. Com quase 78 anos de uma vida preenchida, Celestino Prior orgulha-se ter o dever cumprido, mas continua a ter muito para dar.
Julho 2015
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Francisco Teles Paião
Nado e criado em terras de Ílhavo, Francisco Teles Paião nasceu a 28 de agosto de 1927. Descendente de uma linhagem de Capitães, de entre os quais o seu avô, Francisco Paião, e o seu pai, Francisco da Silva Paião, conhecido por Capitão Almeida Paião, Francisco Teles Paião desde cedo mostrou vontade de lhes seguir os passos.
Concluído o ensino primário na antiga Escola Primária Ferreira Gordo, em Ílhavo, prosseguiu os seus estudos no Liceu José Estêvão, em Aveiro. O seu sonho era ingressar na Escola Náutica, em Lisboa, o que veio a acontecer em 1946. A sua primeira viagem aconteceu em novembro de 1948, ao embarcar como Praticante de Piloto no “Ganda”, na altura comandado pelo seu tio Manuel Paião. O “Ganda” era um navio misto (carga e passageiros) que, ao abrigo do Plano Marchal, realizava viagens por todo o mundo, carregando cereais nos Estados Unidos da América ou em Angola e transportando-os para Inglaterra, Bélgica, Alemanha, entre outros países, para matar a fome a muitas vítimas da I Guerra Mundial.
A oportunidade de ir para a pesca do bacalhau surgiu em 1953 e Francisco Teles Paião agarrou-a com firmeza ao embarcar, como Piloto, no lugre bacalhoeiro “Argus”, na altura comandado por outro tio seu, o Capitão Adolfo Paião. De 1957 a 1959 desempenhou funções de Imediato no “Neptuno”, acompanhando novamente o tio Adolfo Paião, enquanto o pai, que andava nas Campanhas do Bacalhau a bordo do “Creoula”, passou a comandar o “Argus”. Com a mestria de quem conhece o mar como a palma das mãos, em 1960 Francisco Teles Paião embarcou no navio “Rio Alfusqueiro”, seguindo-se o Navio “Rio Antuã”, de 1961 a 1970, e o “Vimieiro”, nos seis anos seguintes.
Em 1976, o Navio “Vimieiro” foi para S. Jacinto para ser transformado em “congelador” e receber baleeiras (que substituíam os dóris), transformação esta acompanhada de perto pelo Capitão Francisco Teles Paião. O regresso ao mar no “Vimieiro” aconteceu em 1981, mas para viagens mais curtas, desta vez apenas para compra de bacalhau por decisão do armador. Com quase 40 anos de mar, ainda fez uma viagem no “Sernache”, aposentando-se pouco tempo depois. Mas as amarras continuam a ligar este homem ao mar, que gosta de ocupar o seu tempo a construir miniaturas de barcos, recordando com saudade aqueles tempos de azáfama, empenho, dureza e sacrifício no desbravar de ventos e marés em busca de mares pródigos de peixe e de portos longínquos seguros.
O Capitão Francisco Teles Paião voltou ao mar outras vezes, mas a passeio a bordo do antigo lugre Santa Maria Manuela, que a empresa Pascoal & Filhos, da qual o seu filho Aníbal Paião é gestor, comprou e recuperou, mantendo na esfera da família a memória da Grande Pesca.
Agosto 2015
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Carlos Gouveia
Carlos Gouveia nasceu a 13 de agosto de 1947, em S. Salvador, Município de Ílhavo, iniciando os seus estudos na Escola Primária n.º 1, na Rua Ferreira Gordo, de onde seguiu para o Liceu Nacional de Aveiro, atual Escola Secundária José Estêvão. Chamado a cumprir o serviço militar, o Prof. Carlos Gouveia passou pelas Caldas da Rainha, Santarém, Lisboa e Porto, regressando três anos e meio depois a Ílhavo.
Detentor do 7.º ano incompleto do Liceu e de prática desportiva, as condições mínimas exigidas na altura para o exercício da profissão de professor, começou a dar aulas de Educação Física como Professor Provisório na então Escola Preparatória de Ílhavo (1972/1973). Seguiu-se a conclusão do 12.º ano e o ingresso no Instituto Superior de Educação Física (ISEF), atual Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa, onde concluiu a licenciatura. Com uma estreita ligação ao Desporto e uma carreira no ensino de 37 anos, 30 dos quais em Ílhavo, o percurso do Prof. Carlos Gouveia destaca-se também pela forte ligação que mantém, desde muito jovem, ao Illiabum Clube: o pai, José Gouveia, foi um dos fundadores e o primeiro Presidente da Direção do Illiabum Clube e o irmão, José Manuel Gouveia, jogava basquetebol no Clube.
Carlos Gouveia seguiu-lhe os passos e logo na sua primeira época enquanto jogador o Illiabum Clube sagrou-se Campeão Nacional de Infantis (1962/1963) sob o comando de José Ançã, uma legenda como treinador do Illiabum Clube. Dois anos mais tarde, foi Campeão Metropolitano de Juniores, passando depois para o escalão de seniores, terminando a sua carreira como praticante em 1975. Nesse mesmo ano, iniciou uma nova etapa da sua vida: a carreira de Treinador. Frequentou o então denominado “Curso de Treinadores Estagiários” em Lisboa e, no ano seguinte, o então “Curso de Treinadores Regionais”. Na época de 1975/1976 iniciou a sua carreira no Illiabum Clube enquanto treinador, tendo no seu percurso desportivo passagens pelo C.P. Esgueira, S.C. Beira-Mar, A.D. Ovarense e F.C. Porto.
O seu trajeto está ligado inicialmente aos escalões de formação, tendo a partir do início da década de 80 passado a treinar o escalão de seniores masculinos, onde disputou todas as divisões, nomeadamente Pró-liga e Liga Profissional. Regressado ao Illiabum Clube na época desportiva 2007/2008 como Treinador Sénior da Pró-liga, o Prof. Carlos Gouveia foi convidado na época seguinte para coordenar a formação e treinar a equipa de Sub 16 Masculinos.
O Prof. Carlos Gouveia tem desempenhado as suas funções com enorme brio, boa disposição e sentido de responsabilidade, sendo de destacar o Título de Campeão Nacional de Sub 14 Masculinos como treinador 50 anos depois da sua primeira vitória como jogador. Nesta época desportiva, este carismático ilhavense continua a dedicar-se à formação, nos escalões de Sub 18 e Sub 13, contribuindo com o seu conhecimento do jogo de basquetebol e no seu estilo sempre dinâmico e afetivo para o salto qualitativo das camadas jovens do Clube do seu coração.
Outubro 2015
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Ana Luísa Ramos
Ana Luísa nasceu a 2 de julho de 1995, em S. Salvador, Ílhavo. Iniciou os seus estudos na Escola Primária Nossa Senhora do Pranto, seguindo-se a EB 2,3 José Ferreira Pinto Basto, a Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes e a conclusão do ensino secundário na Escola Secundária de Montemor-o-Velho.
Em 2013 ingressou na Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa, onde estudou Medicina Nuclear. Neste ano letivo 2015/2016, Ana Luísa optou pela transferência para a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, matriculando-se no 1.º ano do Curso de Enfermagem. A ligação de Ana Luísa ao Desporto teve início quando ainda era bebé e começou a frequentar as aulas de natação na Piscina Municipal de Ílhavo. O contacto com a água sempre foi uma constante na sua vida.
Em 2004, com apenas 9 anos, iniciou a Natação federada pelo CAPGE – Clube Associação de Pais da Gafanha da Encarnação. A Competição surgiu nesse ano, tendo a atleta subido diversos pódios a nível regional e interdistrital. Ana Luísa chegou a ser uma vez campeã regional e várias vezes vice-campeã regional em 200 metros costas. Mas Ana Luísa não se ficou pela Natação. O Ciclismo, o Atletismo e o Triatlo também fazem parte do percurso desta atleta. Realizou diversas provas de Ciclismo, desde BTT até ao ciclismo de estrada. Participou duas vezes no Grande Prémio de Ciclismo da Gafanha de Aquém, em 2011 e 2012, obtendo o segundo e o primeiro lugar, respetivamente. Ganhou ainda as três provas de BTT que efetuou no escalão sub 18.
No âmbito do Atletismo, venceu todos os corta-matos escolares (na 1.ª fase, fase da escola), foi duas vezes ao pódio na fase regional, representou por duas vezes a escola na fase nacional, atingindo o 12.º lugar no último ano. Participou por duas vezes no Grande Prémio de Atletismo “Os Ílhavos” (2011 e 2012), alcançando o 3.º lugar em ambas as provas (escalão juvenil). Chegou também a participar na I Corrida Néon de Aveiro, obtendo o 2.º lugar da geral e o 1.º do seu escalão. Federada no Triatlo desde 2011, a sua primeira prova internacional, a Taça da Europa, decorreu na Cidade de Aveiro, tendo alcançado o 7.º lugar. Participou em três Campeonatos Europeus, um Campeonato do Mundo e sete Taças da Europa. A sua primeira participação em Taças do Mundo aconteceu em 2013, tendo, desde aí, participado em mais cinco provas desse nível, obtendo o seu melhor resultado, o 35.º, na recente prova em Alanya, realizada na Turquia, a 18 de outubro de 2015.
Realizou três taças continentais africanas e, em 2015, participou nos Jogos Europeus em Baku. Foi ainda duas vezes campeã nacional absoluta do escalão de juniores em Aquatlo, duas vezes campeã nacional júnior de Aquatlo e vice-campeã nacional de Duatlo Standart em sub 23. A viver em Lisboa, no Centro de Alto Rendimento do Jamor, a sua ligação ao Município de Ílhavo continua a ser muito próxima, tendo recentemente participado na VIII Travessia da Ria a Nado e III Aquatlo e apadrinhado, com o atleta Paulo Henriques, a II Mini Maratona Museu Marítimo. Assumindo o desporto um lugar de destaque na vida de Ana Luísa, a atleta não esconde o desejo de realizar uma qualificação para os Jogos Olímpicos em 2020.
Superação constante e perseverança são elementos fundamentais na vida desta jovem, para quem subir cada degrau é fruto de um forte empenho, esforço e dedicação.
Novembro 2015
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Carlos Alberto
Nascido a 28 de março de 1960, na aldeia de Vila Seca, freguesia de Rocas do Vouga, Sever do Vouga, o Padre Carlos Alberto, como é conhecido, veio viver para a Gafanha da Nazaré com apenas oito anos de idade. Aqui continuou os seus estudos na Escola Primária da Cale da Vila e, mais tarde, em Aveiro, na Escola Secundária n.º 1, atual Escola Secundária Mário Sacramento.
Quando veio viver para a Gafanha da Nazaré, deixou de frequentar a catequese. Ia à Missa apenas para acompanhar a sua mãe, uma mulher muito religiosa e devota de N.ª Sr.ª de Fátima. A ideia de vir a ser Padre só lhe ocorreu mais tarde. A “Páscoa Jovem”, organizada pelo Padre António Maria Borges, e a Reza do Terço a N.ª Sr.ª de Fátima, todos os dias dos meses de maio e outubro, marcaram profundamente o seu percurso na fé. Num certo dia, quando esperava pelo autocarro para regressar a casa, foi abordado por um jovem que perguntou se queria pertencer a um grupo de jovens. Aceitou o convite, julgando tratar-se de algo idêntico à “Páscoa Jovem”, mas era um grupo de Schoenstatt.
Foi assim que, com 17 anos de idade, conheceu o movimento de Schoenstatt, envolvendo-se, de alma e coração, em vários projetos: a catequese, o Grupo de Jovens da Paróquia, a Juventude Masculina de Schoenstatt e o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré que ajudou a fundar. Os Padres Miguel Lencastre, Antônio Maria Borges e Rubens Severino tornaram-se referências para aquele jovem que, aos 18 anos, pensou seguir-lhes os passos. Foi no dia 27 de outubro de 1985, dia em que se coroou a N.ª Sr.ª no Santuário de Schoenstatt como Rainha, que tomou a decisão de ser Padre.
Entre 1989 e 1990 realizou o Noviciado na Argentina, seguindo-se a Cidade Muenster na Alemanha, onde aprendeu alemão e iniciou o Curso de Filosofia e Teologia. Realizou um estágio numa Paróquia da responsabilidade de Padres de Schoenstatt no Chile. Voltou à Alemanha durante um semestre e, com a abertura de um novo Seminário da Comunidade no Chile, realizou neste país o último ano dos seus estudos. No dia 16 de dezembro de 1995, foi ordenado diácono por D. Manuel Camilo Vial, Bispo chileno e, em janeiro de 1996, regressou a Portugal, onde realizou o estágio de diácono nas Paróquias de Paço de Arcos e Caxias.
No dia 29 de junho de 1996, foi ordenado sacerdote na Igreja Paroquial da Gafanha da Nazaré por D. António Marcelino, na altura Bispo de Aveiro. Continuou a viver em Lisboa, trabalhando nas referidas paróquias por mais um ano e meio, sempre ligado à juventude masculina de Schoenstatt. Pouco tempo depois, assumiu o cargo de Assistente do Movimento nas Dioceses do Porto e Braga. Foi Capelão da Obra do Ardina e de um Colégio de Schoenstatt e ainda apoiou sacerdotalmente a Academia do Sporting Clube de Portugal (formação), clube do seu coração.
Em 2003, foi transferido para o Porto, onde apoiou o Movimento de Schoestatt de Aveiro e Braga e, no ano seguinte, veio residir para o Santuário de Schoenstatt, onde se encontra desde então, desempenhando funções de Diretor do Movimento na Diocese de Aveiro e de Assistente do Movimento em Coimbra e no Funchal.Dono de um espírito dinâmico, de fácil trato e com grande sentido de humor, o Padre Carlos Alberto é um exemplo de dedicação ao próximo que aqui queremos homenagear.
Dezembro 2015
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Delmar Conde
Nascido a 26 de outubro de 1955 na Gafanha do Carmo, Delmar Conde reside e exerce a sua atividade profissional há cerca de 30 anos na Gafanha da Encarnação, sempre norteado pela sua paixão pela água, pela Ria e pelo mar. O gosto pela vela surgiu desde os seis anos, tendo-se iniciado numa bateira à vela, que já na altura aparelhava “à sua maneira”.
Entre 1974 e 1986 foi emigrante na Alemanha, onde não se sentia realizado. Aos 26 anos decidiu regressar ao país, já com ideias de trabalhar naquela que é a sua paixão. Delmar Conde admite que, na altura, foi um grande risco começar a trabalhar na construção náutica recreativa à vela, visto que se tratava de uma área dominada pelos barcos a motor. As primeiras duas unidades à vela com a sua assinatura surgiram, então, em 1986, sob o nome “Sol Mar”, com 6,5 metros de comprimento. Desenvolveu, depois, o modelo DC600, que se tornou num sucesso local, tendo vendido 18 unidades.
Entretanto, a família começou a crescer – o nascimento dos três filhos levou-o a sentir a necessidade de construir um barco familiar, o DC740, um pequeno cruzeiro, adaptado à Ria. Depois desse modelo, construiu, ainda, dois barcos de 40 pés - um de regata e um cruzeiro. Até à atualidade, a Delmar Conde Construções Navais é a empresa nacional que construiu mais unidades monotipo de náutica de recreio à vela. Com os filhos Renato e Gilberto Conde a dedicarem-se profissionalmente à náutica desportiva, Delmar Conde mudou o rumo da empresa. Abandonou então a construção naval, para, nos últimos dez anos, passar a dedicar-se à otimização de barcos à vela de alta competição.Aliar o conhecimento dos três e trabalhar em equipa revelou-se fundamental para alcançar os resultados conseguidos.
Atualmente, de norte a sul de Portugal, Delmar Conde e os seus filhos são bastante conceituados e recebem inúmeras solicitações do estrangeiro, sobretudo de Espanha. Lá fora são vistos como uma equipa que “resolve qualquer problema”. O sucesso é espelhado nos resultados atingidos em campeonatos mundiais por barcos otimizados na Gafanha da Encarnação. Em 2012, no Campeonato do Mundo da classe Platu 25, que se realizou em Itália, entre 97 barcos em competição, 20 foram otimizados por Delmar Conde e seus filhos e, dentro do top 10, alcançaram o 1.º, 2.º, 3.º, 5º, 7.º e 10.º lugares.
Em 2014, um barco propriedade dos seus filhos, otimizado pelos próprios e com uma equipa totalmente portuguesa, venceu o Campeonato do Mundo da classe Platu 25, que se realizou em Espanha. No circuito 2013/2014, dois barcos da equipa “SAP Extreme Sailing”, ali otimizados, foram considerados os mais rápidos da frota. Na classe Laser SB 20, na qual também realizam otimizações, os barcos que passam pelas suas mãos têm alcançado entre segundos e quintos lugares em campeonatos europeus.
Perfecionismo, empenho, bom senso, “pés na terra” e muitas horas de pesquisa são peças chave no seu dia a dia, porque na área em que trabalha não há margem para erros, com risco de nunca mais voltar a entrar no mercado. Estar com a família e com os amigos e continuar a fazer o desporto que mais gosta, a vela – assim se sente realizado Delmar Conde.
Fevereiro 2016
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Urbino Vieira Grave
Urbino Grave nasceu a 11 de julho de 1939, em Vale de Ílhavo, e desde tenra idade aprendeu esta antiga profissão, que herdou do seu pai e do seu avô, dedicando-se a apreciar o ritmo pachorrento com que o moinho procedia à moagem dos cereais. Estudou até à 4.ª classe num tempo em que a vida era dura e se tornava imperioso auxiliar na lavoura e na moagem.
Com apenas 12 anos de idade, Urbino Grave já fazia o transporte da farinha para os clientes: as padeiras de Vale de Ílhavo e padarias de Ílhavo e da Gafanha da Nazaré. Antes de casar, ainda trabalhou durante três anos na CUF (Companhia União Fabril), em Cantanhede e em Coimbra, mas foi a arte de moleiro que lhe preencheu o ser. Urbino Grave recorda-se das águas nascentes do Vale das Maias (Município de Vagos) passarem pela levada que abastecia a azenha fundada pelo seu avô José João Grave.
Hoje, sob o soalho da sua moagem ainda está a levada (seca), mantendo-se o velho alçapão que dava acesso a essa conduta que fazia mover as rodas que então davam vida às mós. Nesse tempo havia a “levada grande” e a “levada pequena” que se cruzavam um pouco acima da azenha da família Grave. Um pouco mais a jusante dessa azenha, as duas levadas juntavam-se, seguindo depois só por uma vala até à Ria, próximo da Vista Alegre. Essas águas foram desviadas, em meados da década de 1940, para abastecer a rede de água domiciliária da Cidade de Aveiro, fazendo secar as levadas que moviam dezenas de azenhas localizadas ao longo da área que se estende desde o Vale das Maias até à Vista Alegre, com passagem por Vale de Ílhavo, Carvalheira, Ermida e Soalhal.
Nessa altura, a Câmara Municipal de Aveiro indemnizou os moleiros pelo prejuízo causado pelo desvio da água. Os moleiros que motorizaram as suas azenhas receberam a quantia de 25.000$00, valor que duplicou para aqueles que mudaram de atividade. Em 1946, o avô deste moleiro optou por manter a atividade e motorizar a azenha, composta por dois casais de mós, inicialmente com um motor a gasóleo e, mais tarde, a eletricidade. A moagem foi passando de geração em geração: passou para as mãos do pai de Urbino, Manuel Vieira Grave e, em março de 1977, para o próprio Urbino Grave.
Dedicado e empreendedor, este ilhavense orgulha-se da menina dos seus olhos, a Moagem Grave, que conseguiu aumentar para sete casais de mós (quatro de milho e três de trigo) e de ter a trabalhar consigo o seu filho, António Manuel Grave, a quem espera deixar este ofício em vias de extinção, mantendo a luta por uma tradição que teima em não deixar morrer.
Março 2016
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Diogo Lourenço
Diogo Lourenço, um jovem de 16 anos que começou já a dar os seus passos no mundo da escrita. Nascido a 16 de julho de 1999, Diogo Lourenço vive na Gafanha da Nazaré, onde se encontra a frequentar o Curso Profissional de Receção (11.º ano) na Escola Secundária e joga basquetebol há cinco anos no G.D. Gafanha.
O gosto pela escrita sempre existiu, intensificando-se após um desgosto amoroso. Foi quando viveu esse período “menos bom” da sua vida, que se apercebeu de quão magnífica a escrita podia ser. A vontade de se exprimir de outra forma para além da verbal levou-o a refugiar-se na escrita. Começou a redigir textos pessoais e, mais tarde, após o incentivo de algumas pessoas, decidiu criar o seu blogue, iniciando aquilo que chama de “Viagem de volta à felicidade”.
As visualizações do blogue dispararam, a publicação de textos tornou-se constante e começou a ter grupos de fãs. O sucesso do blogue impulsionou-o a querer chegar mais longe. Os elogios ao seu talento foram motivadores e foi graças a eles que se decidiu a escrever um livro. Foram seis meses de sofrimento convertido em palavras, horas passadas à frente do computador, e-mails trocados com editoras e, o mais difícil, conciliar este trabalho todo com os estudos e com o basquetebol. Foi assim que surgiu o seu primeiro livro intitulado de “Pensamentos de um Adolescente”, cuja elaboração e distribuição foi da sua inteira responsabilidade.
O livro espalhou-se por Aveiro e algumas cidades do país, incluindo até a venda de dois livros nos Açores, perfazendo um total de 200 exemplares vendidos. Diogo prepara-se para lançar, no dia 24 de abril, o seu segundo livro, “Um mundo feito de nada, uma vida cheia de tudo”, um trabalho de que muito se orgulha, pois, é o culminar de todas as experiências vividas até ao momento. As características da sua nova obra mostram uma evolução incrível e uma novidade: os poemas. Dinâmico e sonhador, Diogo está atualmente a estagiar num Hostel em Aveiro, pratica surf frequentemente e adora tirar fotografias.
Ele é o exemplo de que, com organização, rigor e disciplina, é possível conciliar atividades extracurriculares com a escola, obtendo sempre bons resultados. Diogo costuma dizer: “Somos todos árvores frutíferas, todos conseguimos ser algo, basta querermos. Não faz sentido viver a vida sem fazer algo de fantástico. Se não somos eternos, pelo menos temos de arranjar uma maneira de nos eternizar e, por isso, escrever um livro, pintar uma tela ou tirar uma fotografia, é suficiente”.
Abril 2016
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Carlos Teixeira
Nascido a 20 de maio de 1972, na Gafanha da Nazaré, Carlos Teixeira é filho de um carpinteiro, Manuel “Pinto”, e de Maria da Glória que têm residência no lugar da Chave, paredes meias com o terminal bacalhoeiro. A sua infância ficou marcada pela ligação à Ria, ao Esteiro Oudinot e ao Cais, onde se habituou a ver partir e chegar navios de pesca, e do Tempo em que viu partidas e chegadas de familiares que viveram a emigração na Escandinávia e nos Estados Unidos e as migrações para Lisboa.
Nos bancos de escola passou pela EB1 da Chave, onde as reguadas da D. Leonor eram “incentivo” a evitar erros de Português, pela EB2,3 da Gafanha da Nazaré e pela Escola Secundária de Ílhavo, no tempo em que era ultimada a construção de uma nova Secundária na Gafanha da Nazaré. Ílhavo permitiu uma visão transversal sobre a realidade concelhia, o contacto com alunos de concelhos vizinhos e esse enraizamento justificou a permanência na sede do Município até ao 12.º ano. O curso de humanidades surgiu como uma “fuga” às ciências exatas e dessa forma começou a moldar o gosto pela comunicação.
O final dos anos 80 coincidia com o nascimento do movimento das rádios locais e os relatos desportivos eram a motivação certa para bater à porta da Terra Nova que estava no ar há dois anos. Fervilhava o nascimento de novos projetos com dezenas de colaboradores empenhados em dar voz às novas rádios. Aí começou a aventura da rádio e o contacto com centenas de pessoas que ajudaram e ajudam diariamente a construir o projeto de comunicação. O ano de 1988 marcou um momento na vida deste jornalista que nunca mais deixou de se manter ligado à rádio como colaborador e, mais tarde, como profissional.
A rádio foi o elo de ligação à terra e a Rádio Terra Nova a ponte para conhecer os atores locais, as instituições e os protagonistas de uma Região dinâmica em diversos capítulos (economia, desporto, política, sociedade e religião), conferindo-lhe uma visão transversal que sempre gostou de valorizar nas notícias e nas entrevistas.
Em 30 anos de vida da Terra Nova, há 28 deste jornalista que convive com o diretor Vasco Lagarto, desde a fundação, e com a primeira voz da estação, Fernando Martins, em contacto diário que permanece até aos dias de hoje, agora marcado pelas emoções do movimento popular de apoio à recuperação da antena. “Provou-se que sociedade civil é a verdadeira proprietária da rádio”. Ficam na memória muitos amigos, mestres e lembranças de alguns que já partiram (Tó Zé Bartolomeu e Santos Vidal, entre outros), milhares de notícias sobre histórias felizes e dramáticas e a certeza de se sentir grato por viver na Gafanha da Nazaré, no Município de Ílhavo e na Região de Aveiro, que define como “o melhor sítio do mundo para viver”.
Para Carlos Teixeira o contacto diário com a Ria e com o Mar continua a ser a melhor inspiração para fazer de cada dia uma história renovada e para ajudar, “com modesto contributo”, a construir uma “Terra Nova”, com paixão pela comunicação do pulsar desta Região.
Maio 2016
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Maria Andrelina Teixeira
Maria Andrelina nasceu a 4 de fevereiro de 1945, na freguesia de Mancelos, Concelho de Amarante. Devido ao falecimento do pai, foi, com apenas oito anos de idade, estudar para Angola (Huambo/Nova Lisboa) no Colégio Interno “S. José de Cluny”, por orientação de um irmão que é sacerdote. A desordem que se começava a sentir em Angola impôs o regresso a Portugal.
Em Anadia, continuou os seus estudos na mesma Congregação até ao então 7.º ano, que lhe deu acesso ao Curso de Assistente Social, em Coimbra. Já licenciada, regressou a Angola, desta vez à cidade de Cabinda, para lecionar na Escola Comercial e Industrial. Seguiu-se a cidade de Saurimo, onde trabalhou, como Assistente Social, em Jardins de Infância e com deficientes motores, aquilo que mais gostava de fazer. Em 1974, voltou a Portugal com a oportunidade de trabalhar em Aveiro.
Estava, então, a ser implementado o Serviço de Ação Social Escolar, projeto que abraçou com dedicação e empenho até ao momento da sua aposentação. O seu gosto pela música levou-a a inscrever-se no Conservatório de Música da Gulbenkian, onde aprendeu Flauta Transversal, Música e Educação Musical. Mais tarde, por eleição de sócios, assumiu o cargo de Secretária de Direção, tendo a mesma pugnado pela oficialização do Conservatório, que era privado. Maria Andrelina orgulha-se também da criação de uma Associação para os restantes serviços (Cerâmica, Serigrafia, Ballet, Alemão e Infantário). No final da década de 70, elegeu a Praia da Barra, Município de Ílhavo, para viver.
Aqui passou a ter, desde logo, um contacto muito próximo com a Comunidade. Dinâmica e sempre pronta para ajudar o próximo, Maria Andrelina envolveu-se na angariação de fundos para a construção da atual Igreja da Barra, bem como, após a inauguração da mesma (1990), nas diligências necessárias à Paroquia, entre as quais a Catequese, o Movimento Escutista e a Música com a formação do Grupo Cultural. Catequista e corresponsável pelo Grupo Cultural, Maria Andrelina deu também, desde a primeira hora, o seu contributo para a formação do CNE - Agrupamento de Escuteiros 1021, assumindo o cargo de Secretária.
Foi depois Chefe de Pioneiros, Chefe de Agrupamento e de Lobitos e, atualmente, é a Subchefe, dedicando-se de alma e coração à missão do escutismo. Considera que “só temos uma vida para cumprir o projeto que Deus tem para cada um de nós... O que nos compete? Dar o nosso melhor em serviço, alegria e paz...”
Junho 2016
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Leonardo Marques
Natural de Ílhavo, Leonardo nasceu a 29 de setembro de 1995, revelando-se curioso desde muito cedo e com um feitio muito peculiar, como o próprio diz “muito próximo do dramático”. Estudou na Escola Primária da Légua e, mais tarde, frequentou a Escola Básica José Ferreira Pinto Basto, tendo tido sempre o seu horário preenchido com atividades extracurriculares, entre as quais natação, escutismo, ginástica e aulas de teatro.
A paixão pela representação é intrínseca à sua personalidade: desde peças de teatro com apenas três anos, quando ainda frequentava o pré-escolar, ao clube de teatro no terceiro ciclo, aquando da sua entrada no GRAL - Grupo Recreativo Amigos da Légua, com a direção de Zé Mário Catão, e onde se divertiu a encarnar várias personagens, desta vez com a importância de ter um guião escrito. Tudo seguia um caminho normal, as suas boas notas pareciam antever um futuro certo, sem surpresas, mas o destino não o decidiu assim. No início de 2010 e, com apenas catorze anos, a sua vida mudou quando, depois do seu primeiro casting, foi escolhido para se juntar a um dos elencos mais acarinhados pelos jovens em Portugal.
Nesse ano, Leonardo iniciava o seu grande sonho e os “Morangos com Açúcar” foram o primeiro tijolo na sua edificação. Mudou-se para Lisboa e começou a gravar a sua série preferida. Foram meses de grande alegria e, mesmo com uma agenda carregada, não sentia o cansaço, sendo mesmo distinguido como um dos melhores alunos do ano. Depois disto, seguiram-se dois telefilmes RTP e TVI. Iniciou um projeto de videoclips com David Carreira, finalizando-o com o concerto “Don’t stop the party”, no Coliseu dos Recreios.
A carreira como ator seguia o seu caminho. Contudo, decidiu continuar o seu percurso académico, desta vez iniciando uma licenciatura em Gestão, na Universidade Católica Portuguesa. Esta decisão trouxe-lhe não só grandes oportunidades profissionais e académicas, mas também um grande crescimento a nível pessoal. Durante estes anos universitários conseguiu gravar a sua primeira novela, “Mulheres”, tendo a qualidade da mesma sido reconhecida pela Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas, com a nomeação para Emmy Internacional de Melhor Telenovela do Mundo.
Na área da Gestão foi bolseiro TOP+ 100% pela Universidade Católica Portuguesa durante três anos, o que fez com que, devido ao mérito escolar, ficasse isento de qualquer propina. Em 2015, a sua paixão pelas viagens levou este jovem ilhavense a viajar para o outro lado do mundo. Viveu durante quatro meses em Singapura e viajou, mais dois meses, por mais nove países asiáticos. Estas experiências levaram Leonardo a desenvolver mais um grande projeto: o blog “perseus.pt” dedicado a viagens e lifestyle.
Aos jovens, Leonardo deixa uma mensagem: “Todos queremos muito alguma coisa e cabe a cada um de nós lutar por aquilo que mais desejamos. Desafiem-se e concretizem aquilo que vos faz soltar aquele sorriso sincero só de pensar”. Leonardo assim o fará. Em agosto, partirá para Hollywood, onde irá estudar teatro durante dois anos, agradecendo o carinho e o aplauso que sempre o incentivaram a lutar pelos seus objetivos. Tudo o que Leonardo tem para oferecer como artista é a revelação da sua alma e espera que todos a consigam ver.
Julho 2016
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Júlio Pinheiro
Júlio Pinheiro nasceu a 3 de novembro de 1958, na Freguesia de S. Salvador, Município de Ílhavo. Concluído o ensino primário na antiga Escola Primária Ferreira Gordo, em Ílhavo, prosseguiu os seus estudos no Ciclo de Ílhavo e mais tarde, no Liceu José Estêvão, em Aveiro. Oriundo de uma família ligada ao Mar, o seu sonho sempre foi ingressar na Escola Náutica em Lisboa, o que aconteceu em 1977.
Três anos depois, este ilhavense embarcava em navios de pesca do bacalhau por mares da Terra Nova, Gronelândia, Noruega, entre outros. Seis anos depois, regressou à Escola Náutica para frequentar o Complementar que lhe deu equivalência à licenciatura. Voltou ao mar por mais quatro anos, até que, em 1991, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Lisboa, onde entrou em fevereiro desse ano. Nesse mesmo ano, concorreu para Piloto da Barra do Porto de Leixões, dando assim, em agosto, o primeiro “salto” para se aproximar de casa. Em 1996 concorreu novamente e foi transferido do Porto de Leixões, onde permaneceu cinco anos, para o Porto de Aveiro.
Chefe dos Pilotos da Barra de Aveiro desde 2007, Júlio Pinheiro afirma que este é um porto muito difícil, com fundos muito dinâmicos, fortes correntes de água e exposto a todo o tipo de ondulação. É gratificante para si, assistir a um aumento sustentado da tipologia de navios que atualmente demandam o porto, o que tem grande reflexo no crescimento e no desenvolvimento da Região. Antigamente “a menina dos seus olhos” era um porto bacalhoeiro, mas segundo Júlio Pinheiro “estamos noutra era”. “Este inverno de 2016 foi o primeiro em que o porto manteve a navegação a navios com um comprimento até 175 metros e calados até 9,50 metros, tendo agora como objetivo os 180 metros de comprimento e os 10,5 metros de calado.
Já foram manobrados, até esta data, vários navios com 170 metros de comprimento e calados de 10 metros, o que é meio caminho andado para atingir o objetivo. “Cerca de 40% da carga movimentada a nível mundial é contentorizada, sendo que, neste momento, o Porto de Aveiro, manobra navios com uma capacidade de manobra muito mais reduzida e com cargas muito mais perigosas do que os navios que transportam contentores”.
Para Júlio Pinheiro, seria uma mais-valia para toda a Região de Aveiro, a implementação de linhas regulares de contentores que contemplassem este porto. Depois da Regata dos Grandes Veleiros, em 2008, e da primeira edição do Ílhavo Sea Festival, em 2012, Júlio Pinheiro juntamente com o Comandante Martins da Cruz voltam a coordenar, com o Departamento de Pilotagem, a entrada e saída dos navios, em que o fator mais preponderante são as correntes de água, uma vez que alguns dos veleiros têm uma capacidade de manobra muito reduzida e vão chegar numa data de marés muito vivas, o que irá dificultar e restringir a navegação para perto das estofas (águas mais paradas).
Agosto 2016
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Fátima Pinho
Fátima Pinho é atual recordista nacional nos 5.000 metros, no escalão V50, e nos 10.000 metros, nos escalões de V45 e V50. A 20 de maio passado sagrou-se vice-campeã da Europa de 10.000 metros em Monte Gordo, com o tempo de 39:48 minutos, ficando apenas atrás da suíça Marianne Kaempf, que terminou aos 39:33 minutos.
Em fevereiro deste ano foi homenageada pela Associação Nacional de Veteranos, em Famalicão, pelo seu fantástico percurso. Fátima Pinho iniciou-se no atletismo apenas quando começou a acompanhar as filhas, Carina e Sara Pinho (atual atleta do Sporting Clube de Portugal), nas suas competições, dando-lhes todo o apoio que necessitavam. Entretanto, tomou o gosto e, segundo a filha Sara Pinho, “passou de aguadeira a campeã”.
Normalmente, os atletas iniciam a sua carreira desportiva enquanto jovens, mas no caso de Fátima Pinho isso não aconteceu, porque nunca lhe foi dada essa possibilidade, por ter de ajudar os seus pais na lida da casa e na agricultura e, também, por ter casado muito jovem. Iniciou, então, a sua carreira por volta dos 34 anos e, hoje, com 53, é uma das melhores atletas veteranas a nível nacional e europeu. É, sem dúvida, uma referência do atletismo Master em Portugal.
Começou por integrar a equipa da Senhora dos Campos, passou pel’Os Ílhavos e, neste momento, integra a equipa do GRECAS – Vagos. Entretanto, venceu vários Grandes Prémios em Portugal, arrecadou vários títulos regionais e nacionais, quer em pista, quer na estrada, quer no cross. De realçar o facto de ser Campeã Nacional de Cross desde 2011 e de se manter sempre nas seis primeiras posições, ao longo dos últimos cinco anos, na classificação geral de veteranas. De destacar, também, o facto de, desde 2012, subir sempre ao pódio nos Campeonatos Distritais Absolutos (séniores) de Aveiro em 10.000 metros, de fazer parte da equipa sénior do clube e de pontuar para a mesma, integrando mesmo a equipa nos apuramentos do campeonato nacional de clubes e nas respetivas fases nacionais, nos 3.000 ou nos 5.000 metros.
Após todos estes anos nunca baixou os braços em nenhuma competição. Pode acabar sem forças e de rastos, mas nunca desistiu. Houve até uma vez, numa prova para apuramento do Campeonato Nacional de Clubes, em que ficou sem uma sapatilha e, mesmo assim, parou para a calçar e continuou a prova, acabando nos lugares da frente. Fátima Pinho é, sem dúvida, uma atleta cheia de força de vontade e de garra, alguém que marca e deixa marca no mundo do atletismo.
Todos têm um carinho especial por ela, desde atletas, dirigentes, treinadores e simpatizantes. Para as filhas - Sofia, Carina e Sara - representa um orgulho imenso e veem a sua mãe como um ídolo no mundo do desporto. Funcionária da empresa Pascoal (trabalho, por vezes, um pouco exigente a nível físico), Fátima Pinho raramente chega a casa sem vontade de treinar. Fátima Pinho acredita que é uma terapia: “A corrida é algo que me proporcionou muitas alegrias na minha vida, levou-me a conhecer Portugal – cidades e pessoas que não conhecia – e trouxe-me muitas alegrias, com várias vitórias.
Julgo que sou um exemplo para muita gente, no sentido de nunca ser tarde para começar a fazer alguma coisa e para nos destacarmos pelo nosso trabalho e dedicação. As pessoas é que fazem o seu destino e sermos ativos só traz bem-estar e energia. O desporto faz-me mais jovem”.
Setembro 2016
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Licínio Ferreira Amador
Licínio Amador nasceu na freguesia de S. Salvador, em Ílhavo. Depois da Instrução Primária, ingressou na Escola Comercial, Secção Preparatória para o Instituto Comercial, atual Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro. Seguiram-se mais dois anos letivos, desta vez no Liceu José Estevão, igualmente em Aveiro, que lhe deram equivalência para concorrer ao ensino superior.
Em 1975, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que frequentou com o estatuto de trabalhador-estudante, pois durante a sua vida académica sempre deu o seu contributo à atividade comercial da família. Concluída a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas (1980), lecionou durante vinte e dois anos as disciplinas de Português e Francês nas Escolas Secundárias de Aveiro, Ílhavo e Vagos. Foi também formador, na disciplina de Português, no Centro de Informática CESAI de Aveiro, na Escola Profissional de Agricultura de Vagos e na Academia de Saberes, Universidade Sénior de Aveiro.
Após a aposentação, em 2002, Licínio Amador começou a ocupar o seu tempo dedicando-se à escrita, realizando trabalhos sobre alguns autores da nossa literatura. Em março de 2006, a Câmara Municipal da Murtosa, nos seus sétimos jogos florais, atribuiu-lhe o 1.º prémio à sua poesia “O Moliceiro, o Amante da Ria”. Nesse mesmo ano, venceu o 1.º prémio na modalidade de conto com “A Visita ao Museu nos Jogos Florais” do Jornal O Ilhavense e o 3.º com o soneto “Os Ílhavos, Heróis Verdadeiros” no âmbito do 1.º Concurso de Poesia da Confraria Camoniana de Ílhavo.
Em dezembro de 2010, apresentou o seu primeiro livro com o título “Contos da Terra dos Ílhavos”, onde relaciona alguns episódios da História de Portugal com outros de caráter tradicional e regional. Ultimamente Licínio Amador tem-se dedicado a escrever sobre a perigosa e trabalhosa atividade que marcou tão heroicamente os marinheiros ilhavenses e, de um modo geral, os de todo o litoral português, estudo esse que culminou com a sua obra “Tempos de Pesca em Tempos de Guerra” (2016).
Após a apresentação, no dia 16 de abril, no Museu Marítimo de Ílhavo, e no dia 21 de agosto, no Festival do Bacalhau 2016, este ilhavense prepara-se para apresentar o seu livro no dia 1 de outubro, em Vila do Conde e em Viana do Castelo, homenageando, desta forma, todos os homens que andaram à pesca do bacalhau.
Outubro 2016
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Joaquim Carlos Pereira da Rocha (Jackas)
Jackas nasceu em Moçambique corria o ano de 1962, mas Ílhavo foi a terra que o viu crescer. Os seus avós maternos e a sua mãe eram de Ílhavo, tendo vindo viver para a freguesia de S. Salvador com apenas dois anos de idade, tendo frequentado a antiga Escola Primária da Chousa Velha e o Ciclo Preparatório em Ílhavo.
Concluído o 9.º ano, prosseguiu os estudos no Liceu José Estevão, em Aveiro, ingressando mais tarde na Universidade de Aveiro onde foi o primeiro homem a formar-se em Educação de Infância. Prosseguiu os estudos na Universidade do Minho, onde tirou a licenciatura em Expressões Artísticas na Educação e onde concluiu também a licenciatura em Educação de Infância. Foi para a UAB - Universidad Autónoma de Barcelona, onde realizou uma investigação Serviços Educativos em museus e uma especialização em Gerontoterapia, tendo passado pelo doutoramento em Educação na Universidad de Salamanca e doutoramento em Xerontologia Social na Universidad de Santiago de Compostela.
Em Portugal passou ainda pelo Instituto Superior Bissaya Barreto na pós-graduação e mestrado em Gerontologia. O nome “Jackas”, como é carinhosamente conhecido, vem dos tempos de escola em que o francês era obrigatório, tal como era escolher o nome em francês. Por ser Joaquim escolheu “Jacques”, mas, com o passar do tempo, Jackas foi o nome que vingou e acabou por assumir na sua carteira de ator profissional. Apaixonado pelo Teatro desde criança, Jackas tinha apenas cinco anos quando pisou pela primeira vez o palco para apresentar a peça “Vamos dormir”.
Nesta altura frequentava o Centro Paroquial de Ílhavo e aqui dava azo à sua imaginação no projeto “Petinga da Casa”. Nas festas comemorativas da escola fazia diversas animações como magia e pantomina, algo que sempre lhe encheu o coração. Professor de Expressões Artísticas, cofundador do Grupo “Arlequim”, que integra a Fundação Pai Natal, o Museu do Brincar, em Vagos, o FabulatoreFabularum Narratore e o Ludus Mediaevalis, desde os seus 18 anos, já com alguma barba, adorava fazer de Pai Natal em jardins-de-infância e instituições que ia descobrindo como professor, ator e criador de projetos de animação gerontológica. Com o passar do tempo, Jackas foi alargando a sua rede de contactos ao formar animadores socioculturais, grupos de teatro e educadores de infância na Universidade de Aveiro.
Foi também docente de Expressão Dramática na Escola Superior de Educação de Fafe onde coordenou a licenciatura em Gerontologia. Hoje leciona animação sociocultural na Escola Secundária Homem Cristo coordena o projeto “Teatro na Escola” na Escola Básica João Afonso de Aveiro. À procura de instituições internacionais focadas em preservar o espírito do Natal, Jackas filiou-se primeiro no Santa Claus Peace Council, sediado na Turquia, fez o juramento de Pai Natal na The Santa Claus Oath, autenticado por mais de 50 testemunhas que assistiram ao voto e assinaram, entre alunos seus e colegas professores (2012).
Tornou-se também membro, em 2013, da International Brotherhood of Real Bearded Santas (só para homens com barbas verdadeiras e credíveis), da The Clan Claus Society (de raízes escocesas), da ClausNet - The Santa Claus Network (a maior rede social da comunidade) e da International Order of Santas. As suas barbas são certificadas e encontram-se registadas na The National Beard Registry.
Dezembro 2016
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João Anjos
Nascido a 30 de junho de 1975, na Freguesia de S. Salvador, Ílhavo, João Anjos é atualmente o Presidente do Grupo de Teatro Ribalta, associação cultural ilhavense que adquiriu oficialmente este estatuto a 7 de maio de 1992. O seu percurso académico iniciou-se na antiga Escola Primária da Chousa Velha e, após a conclusão do ensino primário, mudou-se para Ílhavo, tendo frequentado a Escola Secundária Dr. João Celestino Gomes para concluir o ensino secundário.
João Anjos, desde cedo, mostrou interesse pelo teatro, pelo que o seu ingresso no Teatro Ribalta foi natural. Aí, participou em inúmeras peças, lideradas por vários encenadores, em particular João D’Almeida, a um ritmo de quase duas por ano. Estreou-se nas lides teatrais com “Matrimónio dos Mortos Vivos”, colocada em cena em 1992, com uma performance marcante, como refere o Jornal O Ilhavense: «foi uma surpresa muito agradável a atuação do Grupo Ribalta, […] onde destacou a atuação de um miúdo chamado João Anjos no papel de Ernestosinho que, pelo seu excelente nível de interpretação, figura franzina, irreverente, numa palavra, “agarotado”, provocou a simpatia, os aplausos e a boa disposição dos espetadores». Para além desta peça, participou noutras como “A Loja do Mestre André” (1992), “Na Ribalta da Cultura Ilhavense” (1993), “Modelo de Virgem” (1994), “Uma aula sobre a Vista Alegre” (1994), Médico Mania (1995), “A Carochinha” (1995), “O que é que a baiana tem?” (1997), “Capuchinho Vermelho” (1997), “Herança do tio Januário” (1998), “Namoro Muito Engraçado” e “Pasteleiro Guloso” (2000). Este seu percurso na arte cénica valeu-lhe, em 1999, atribuição do Leme do Ano do Teatro, pela Associação Cultural e Desportiva “Os Ílhavos”.
Em 2001, João Anjos saiu do Grupo de Teatro e dedicou-se ao Sporting Clube da Vista Alegre durante seis anos (2004 a 2010), assumindo as funções de secretário. Porém, a sua ligação ao teatro estava longe de terminada e, por isso, em 2011 e 2012, junta-se ao GRAL – Grupo Recreativo Amigos da Légua, onde a paixão pela arte renasceu.
Durante esse biénio, João Anjos participou em algumas peças, nomeadamente “O Nazareno”, “Santos e Pecadores” e “Serões da Légua”. Em outubro de 2012, João Anjos regressou às origens e assumiu a direção do Grupo de Teatro Ribalta, uma vez que, do seu ponto de vista, estavam reunidas as condições para desenvolver um trabalho de divulgação e valorização cultural na Vista Alegre.
Desde então, tem vindo a participar, enquanto ator, e a encenar algumas peças do grupo, sendo elas “Alice no País das Maravilhas” (encenador) (2012), “Os Mentirosos” (2013), “Aqui Há Fantasmas” (2014), “Doidos com Juízo” (2015), “Filinto, O Poeta Amargurado”, “Portugal à beira mar plantado” e “Espírito de Natal” (encenador e ator) (2016). Atualmente, o Grupo de Teatro Ribalta encontra-se a preparar uma peça a estrear em junho, cujo título e história continuam no segredo dos deuses, mas na qual João Anjos assume um papel de destaque.
Março 2017
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Jorge Ferreira
Jorge Pires Ferreira nasceu na Vila de Fermentelos, concelho de Águeda, em agosto de 1969. Iniciou os seus estudos musicais aos 10 anos de idade na Banda Nova de Fermentelos, permanecendo como clarinetista solista até meados de 2000. De 1988 a 1991 integrou a Banda da Região Militar do Centro em Coimbra, onde frequentou também o Conservatório de Música de Coimbra, tendo como Professor de Clarinete Osvaldo Lemos.
No ano de 1989, obteve o primeiro lugar do “Prémio Jovens Músicos”, da região Centro. Nessa altura, com 21 anos, ingressou na Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana em Lisboa, através de concurso público, tendo-se transferido, mais tarde, para a Banda Marcial da Guarda Nacional Republicana do Porto, onde permaneceu, como clarinetista, durante oito anos. Foi membro fundador do Quarteto de Clarinetes da referida Banda Marcial.
Foi novamente transferido, a seu pedido, para a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, onde permanece com a patente de Sargento-ajudante. Como músico na especialidade de clarinetista, tem atuado em todo o Continente, nas Ilhas dos Açores e da Madeira, e também no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Suíça, Luxemburgo, Itália e Brasil. Tem igualmente participado em diversos Workgroups, nomeadamente Cursos de Direção de Orquestra orientados pelos Maestros Robert Houlihan e António Saiote, Cursos de Direção de Banda orientados pelos Maestros Robert Houlihan e Délio Gonçalves, Cursos de Direção Coral orientados pelo Maestro Erwin Orther, Curso de Canto com o Professor João Lourenço, todos na qualidade de executante.
Participou também no Seminário de “Anatomia e Fisiologia da Respiração para cantores e instrumentistas de Sopro”, orientado pelo Professor Doutor Diogo Pais. Tem o curso de “Clarinete e Formação Musical” concluído no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro. Em outubro de 1992, deslocou-se como formador à Ilha de S. Jorge para integrar o projeto “União de Músicos da Vila da Calheta de S. Jorge”, tendo dado formação à classe de Clarinetes. Dirigiu artisticamente o Grupo Coral Jovem da Igreja Matriz de Fermentelos desde 1994 até 2000 e o Orfeão da Murtosa.
Foi, desde 1997 a 2005, professor na Escola de Música da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, Águeda. Dirigiu artisticamente o Orfeão da Associação Cultural de Recardães, concelho de Águeda, desde 1997 a 2009. Jorge Ferreira é, desde 2001, Maestro da Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo “Música Nova” e professor responsável, com funções de direção pedagógica, da Escola de Música da mesma instituição. Em 2008, fundou o Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, sob proposta do Provedor de então, Prof. Fernando Maria da Paz Duarte.
Este ano recebeu o título de Sócio Benemérito da Sociedade Filarmónica União e Progresso Madalense, da Ilha do Pico, Açores. Atualmente, estuda direção de Orquestra com o Maestro Jean-Sebastian Béreau (2.º ano). Pelo empenho, zelo e dedicação demonstrados no exercício das funções na direção artística da Banda dos BVI foi homenageado com o troféu “Leme de Prata 2004 para a Música” atribuído pela A.C.D. “Os Ílhavos”, o Diploma de Mérito Cultural pela Confraria Camoniana Associação de Ílhavo (2006), o honorário título de “Confrade de Honra” pela Confraria Gastronómica do Bacalhau (2007) e o título de “Confrade de Honra” pela Confraria Camoniana (2010), reconhecimento ao qual a Câmara Municipal de Ílhavo se associa nesta rubrica.
Abril 2017
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Anabela Capucho
Anabela Capucho nasceu a 20 de março de 1963, em Vale de Ílhavo, onde estudou até ao quarto ano de escolaridade. A sua ligação à Vista Alegre vem desde a frequência na Creche enquanto a mãe trabalhava na Fábrica. Aqui nasceu o gosto pelo Teatro quando começou a representar pelo então Teatro Cénico da Vista Alegre (agora Grupo de Teatro Ribalta).
Em Vale de Ílhavo, e com apenas 10 anos de idade, integrou-se num grupo de jovens que cuidava de uma pequena biblioteca, um espaço contíguo à Capela de Vale de Ílhavo, e que também representava peças de teatro junto da Comunidade. O seu grande sonho era ser modista, mas quis o destino dar-lhe algo diferente, mas muito aliciante para si: aos 16 anos começou a frequentar aulas de desenho na Fábrica, tendo como professor Mário Catarino. Um ano e meio depois passou para a pintura, profissão que abraçou com entusiasmo e que desempenha com grande dedicação até aos dias de hoje.
Foram já milhares as peças que pintou sobre biscuit, jarras, pratos, entre outros, passando o seu minucioso traço para cada uma delas. Neste momento, encontra-se a pintar um veado em biscuit, uma peça de série limitada que vai duas vezes ao forno, exige várias cores e implica muitas horas de rigoroso trabalho (seis dias). Interessada e dinâmica, em 2006, Anabela Capucho concretizou um sonho antigo: estudar. Ingressou no Programa das Novas Oportunidades, onde, quatro anos depois, concluiu o 12.º ano. A História do Fundador da Fábrica da Vista Alegre sempre a fascinou, levando-a a realizar diversas pesquisas sobre o mesmo, o que lhe deu a oportunidade de fazer, no passado, visitas guiadas no Museu da Vista Alegre.
Mostrar o trabalho da Vista Alegre “fora de portas” é algo que esta ilhavense tem também tido oportunidade e gosto em fazer: já realizou diversas participações de pintura ao vivo, levando a “montra VA” a cidades como Lisboa, Viseu e até Milão (Itália), sendo igualmente habitual encontrá-la no Festival do Bacalhau, no Pavilhão Terra e Mar (Stand VA).
Para além da pintura, Anabela Capucho gosta de bordar (está ligada à Coletividade Popular da Coutada), de fotografar (já participou em diversas edições do Concurso de Fotografia de Temática Marítima “Olhos sobre o Mar” promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo), de cantar (pertence ao grupo de Janeirantes, que em janeiro percorre as ruas de Ílhavo a cantar as Janeiras) e de coreografar e dançar (pertence ao Grupo Prior Valente, que todos os anos participa nos cortejos do Carnaval de Vale de Ílhavo, e, ainda, às Marchas, tendo participado pelo CCD de Ílhavo, pelo Grupo de Jovens “A Tulha”, pelo S.C. Vista Alegre e, em 2017, será o quarto ano que irá participar pela Associação Amigos da Carvalheira).
Multifacetada e talentosa, esta é Anabela Capucho, cujo percurso de vida sempre esteve ligado à Arte sob as mais variadas formas e que é um gosto dar a conhecer.
Maio 2017
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Helena Semião
Natural da Gafanha da Nazaré, Helena Semião nasceu a 24 de novembro de 1966. Iniciou os seus estudos na Escola Primária da Cale da Vila, seguindo-se o 5.º ano no Ciclo de Aveiro, o 6.º no Ciclo da Gafanha da Nazaré e o 7.º no Liceu de Ílhavo, atualmente Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes.
Não tendo possibilidade de continuar os estudos, agarrou-se a todas as oportunidades que a vida lhe proporcionou com o objetivo de poder gerir a sua vida. Ainda muito jovem trabalhou numa obra, numa padaria e na lavoura, mas havia algo que queria muito fazer: dançar. Com apenas 18 anos tentou formar um grupo de dança, na Senhora dos Campos (Colónia Agrícola), mas o seu projeto não vingou. Juntou-se ao Rancho Folclórico “As Ceifeiras” da Gafanha da Encarnação, onde tocava acordeão. Mas o seu sonho era dançar e, cerca de um ano e meio depois, desistiu do Rancho para ingressar no Estúdio Cem, em Aveiro.
À hora do almoço e depois do trabalho ia aprender aquilo que sempre sonhara. A sua primeira atuação aconteceu no Rossio e a partir daí nunca mais parou. Voltou ao seu projeto antigo, num convívio de amigas, e criou um grupo de dança na Gafanha da Nazaré. Inicialmente constituído por oito meninas, o grupo ensaiava na rua, depois numa sala da casa dos pais de Helena e, mais tarde, numa garagem. O grupo cresceu e, numa festa de Catequese na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré, apresentou duas coreografias, que foram muito apreciadas e aplaudidas, dando motivação a Helena Semião para continuar dando ao grupo o nome de “Pestinhas”.
Das inúmeras atuações que foi realizando ao longo do tempo, Helena destaca a participação no programa de televisão “SIC 10 horas” com a apresentadora Fátima Lopes, motivo que a levou a formalizar o grupo em 2007. O Grupo de Dança Pestinhas ensaiou durante vários anos no Centro Cultural, agora Fábrica das Ideias, e no Mercado, na Gafanha da Nazaré.
Atualmente, os ensaios realizam-se num espaço junto à Escola da Cale da Vila e está aberto, gratuitamente, a todas as crianças e jovens que queiram juntar-se ao projeto. Dinâmica, criativa e lutadora, Helena Semião idealiza as coreografias e desenha os modelos de roupa sempre aliados aos temas que também ela escolhe, imprimindo originalidade naquilo que faz.
Depois da participação no Carnaval de Vale de Ílhavo e no Concurso de Hip-Hop Dance, Helena Semião volta a ser a porta estandarte do Grupo Pestinhas que, pelo nono ano consecutivo, vai participar nas Marchas Sanjoaninas de Ílhavo, que vão decorrer nos dias 17, 23 e 24 de junho, pelas 22h00, na Gafanha da Nazaré, na Praia da Barra e na Praça da Casa da Cultura de Ílhavo, num momento de divulgação da criação artística nas vertentes da coreografia, música, poesia e demais requisitos envolvidos nesta atividade.
O percurso de 50 anos de vida e de 25 anos de Pestinhas de Helena Semião é a prova provada de que, com trabalho, esforço e dedicação, os sonhos podem tornar-se realidade.
Junho 2017