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A Nossa Gente
Falar da Nossa Gente é trazer à memória algumas figuras relevantes da nossa Terra.
Naturais do Município de Ílhavo, ou embora não o sendo, assumiram este como seu, destacaram-se ou destacam-se, deixando o seu legado em diferentes áreas. Mesmo correndo o risco de não serem todas citadas, deixamos aqui uma lista dos vultos que mais exerceram influência na sociedade ilhavense.
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Paulo Cruz
Nascido a 4 de Dezembro de 1980, em S. Salvador, Município de Ílhavo, Paulo Cruz desde muito pequeno revelou uma forte paixão pela pesca, acompanhando o seu pai no hobby sempre que podia, sem nunca imaginar que mais tarde iria entrar no mundo da competição daquela modalidade desportiva.
Federado desde 2006, começou a competir nos patamares mais baixos da modalidade de Surfcasting (Pesca Apeada na Praia) pela Casa do Pessoal do Porto de Aveiro, onde foi bem acolhido. Este jovem atleta deu, desde logo, provas de grande talento e perseverança, participando nesse ano na 2ª Divisão Regional onde obteve o 4º lugar, classificação que lhe permitiu a subida para a 1ª Divisão Regional. Voltou a competir nesse ano e obteve o 3º lugar, que o fez catapultar para a 3ª Divisão Nacional.
Em 2007, Paulo Cruz conseguiu ascender à 2ª Divisão Nacional e, no ano seguinte, voltou a subir ao mais alto patamar da modalidade: a 1º Divisão Nacional. Segundo Paulo Cruz não é fácil a permanência nesta Divisão, pois é composta por 24 atletas, considerados os melhores do país (Portugal e Arquipélagos), existindo por isso grande competição. O sonho de qual quer um deles é obter a melhor classificação com vista a uma representação internacional (Selecção Nacional), mas só os primeiros seis classificados é que têm o direito de representar Portugal nos Campeonatos do Mundo.
Em 2009 conseguiu um brilhante 6º lugar, que lhe deu o direito de integrar a Selecção Nacional e a disputar o Campeonato do Mundo, um sonho que há muito ambicionava e que viu realizado ao participar no 26º Campeonato do Mundo de Pesca de Costa, que decorreu de 10 a 18 de Outubro, em Budva, Montenegro, sagrando-se Campeão do Mundo de Nações, trazendo para casa a Medalha de Ouro.
O jovem ilhavense Paulo Cruz consegue, num curto espaço de tempo, chegar ao mais alto nível da modalidade de Surfcasting, tendo já sido homenageado este ano com Menções Honrosas referentes a 2009 por várias entidades, nomeadamente pela Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, pela Associação Regional de Pesca Desportiva da Beira Litoral e pela A.C.D. "Os Ílhavos" com o Leme do Ano (Desporto).
Julho 2010
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Paulo Henriques
"Um dia vou ser campeão do mundo" dizia há uns anos Paulo Henriques, de uma forma que todos encaravam como uma brincadeira e que ninguém poderia interpretar como vaidade, dada a espontaneidade daquele eterno miúdo, a quem o síndrome de Down esconde a verdadeira idade.
O Paulo, ou Paulinho, como é ternamente conhecido na Comunidade, nasceu a 19 de Maio de 1981, na Freguesia de Salreu, em Estarreja e, depois de uma infância difícil, as circunstâncias da vida levaram a que, com 13 anos de idade, viesse viver para a Praia da Barra, para junto do irmão mais velho, que cedo lhe incutiu o gosto pelo desporto, também ele um antigo atleta, da A.C.D. "Os Ílhavos".
O CASCI foi a Instituição que deu seguimento ao gosto que Paulo Henriques sempre nutriu pelo desporto, muito em especial pela corrida, tendo sido este jovem atleta a principal fonte de inspiração para as provas de desporto adaptado que ainda hoje se realizam no decorrer do Grande Prémio de Atletismo da Terra Nova, na Gafanha da Nazaré.
Com o passar dos anos e por força de uma persistência e entrega ao treino fora do vulgar, Paulo Henriques revelou-se um caso raro de capacidade de resistência física entre os portadores de síndrome de Down, não lhe sendo conhecidos, actualmente, quaisquer tipo de problemas do foro cardíaco, comuns a todos os indivíduos com Trissomia 21, algo que espantou mesmo a classe médica.
E foi, pois, uma questão de tempo até que chegasse a hora de Paulo Henriques colocar à prova as suas capacidades enquanto atleta, o que aconteceu em Setembro de 2010. Foi com a realização do primeiro Campeonato do Mundo de Atletismo para Pessoas Portadoras do Síndrome de Down, na cidade mexicana de Puerto Vallarta, que se destacou como a grande figura da selecção portuguesa, ao vencer os 800 e os 1500 metros, com marcas que constituem novos recordes do mundo, feitos que lhe valeram várias distinções, entre as quais a Medalha de Mérito Desportivo Prateada do Município de Ílhavo, o Leme do Ano da A.C.D. "Os Ílhavos", Prémio Confederação do Desporto de Portugal, entre outras.
Em Junho de 2011 e apesar de debilitado fisicamente, Paulo Henriques sagrou-se Campeão da Europa, em Cagliari, na Itália, ao trazer para Portugal as Medalhas de Ouro nas distâncias de 400 e 1500 metros, deixando rendidos, mais uma vez, aqueles que olham com respeito e admiração para a simpatia natural de um jovem, que superou preconceitos e afirmou-se como um munícipe empenhado naquilo que melhor sabe fazer e de quem o Município de Ílhavo se pode orgulhar pelo exemplo de vida, de luta e sacrifício que resultaram naquilo que o Paulinho hoje diz, com a espontaneidade que lhe é conhecida: "Sabes?... eu sou campeão do mundo".
Julho 2011
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Piedade das Neves
Ser idoso é ser experiente, possuir um passado repleto de Histórias para contar, é ser mais tolerante, mais atento ao essencial.
Foi no ano de 1900, no tempo dos reis e dos coches, que nasceu Piedade das Neves, mais concretamente no dia 9 de Novembro.
Nasceu no berço de uma família humilde, que geria o seu quotidiano associado ao cultivo das terras. Foi a mais velha de sete irmãos, actualmente todos falecidos, não sendo conhecido na sua família outro caso de tal longevidade.Em 1929 Piedade das Neves casa e é no dia 29 de Dezembro de 1930 que nasce a sua única filha, Maria do Céu Neves, falecida em 2005, de onde proveio toda a sua descendência. Actualmente tem dois netos, sete bisnetos e outros sete Trinetos, maioritariamente residentes no estrangeiro.
Possui igualmente diversos sobrinhos, alguns distribuídos pelo mundo.
Trinta dias após o nascimento da sua filha, o marido da D. Piedade, picheleiro de profissão, emigrou para o Brasil e nunca mais regressou.
Coube-lhe então a ela garantir o sustento da família, trabalhando nas terras de areia, cultivando batatas, milho, couves e feijões, em zonas marcadas pela paisagem deslumbrante da ria.
Em 2005, por ocasião dos seus 105 anos foi também homenageada pela Rádio Terra Nova, dada a coincidência com a sua frequência (105 FM).
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António Maria Lopes
António Maria Lopes, nasceu em Ílhavo, mas com apenas seis anos de idade foi para Lisboa onde ficou entregue aos cuidados do seu primo Filipe de Oliveira.
Homem de grande cultura, para além de distinto professor, foi também publicista, poeta e investigador.
Colaborou em jornais locais como o Brado, O Ilhavense, Beira-Mar, Terra dos Ílhavos, jornal de Ílhavo, o Nauta, os Sucessos e outros jornais nacionais como seja a Voz do Professor, a Academia, o Educador, a Folha da nação, Gazeta de Notícias, o Primeiro de Janeiro, etc.Amante de fotografia, usou este veículo para propaganda da sua terra natal, procurando dar destaque às suas belezas naturais. Sempre grande defensor da sua terra, dirigiu em 1928 alguns manifestos em que verberava as prestações da então Junta Autónoma da barra de Aveiro de querer anexar ao concelho de Aveiro as praias do farol e da Barra, pertencentes ao concelho de Ílhavo.
Além de Oficial da Ordem de Instrução, era também sócio correspondente da Academia das Ciências de Portugal e do Instituto Etnológico da Beira.
Faleceu em Lisboa no ano de 1961.
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Professor João Marques Ramalheira (Guilhermino)
João Marques Ramalheira, mais conhecido por Professor Guilhermino, filho de Guilherme Marques e Josefa de Jesus, nasceu em Ílhavo a 22 de Outubro de 1898, falecendo a 9 de Maio de 1970, na sede do Illiabum Clube.
Frequentou o Liceu de Aveiro e foi diplomado pela Escola Normal da mesma cidade a 27 de Julho de 1916, com 18 valores, tendo sido ainda nesse ano nomeado Professor Interino para a escola de Aguim - Anadia. Em 23 de Novembro de 1917 foi nomeado professor efetivo da escola de Vale de Ílhavo, onde permaneceu até Setembro de 1930. De 1930 a 1940 lecionou na escola n.º 2, tendo passado nesse mesmo ano para a escola n.º 1 de Ílhavo, onde permaneceu até à sua aposentação em 1962, ano em que recebeu o Sr. Presidente da República a comenda da Ordem de Instrução Pública.
Além de professor na sua escola, ensinava Música e dedicava-se a tudo quanto em Ílhavo se fazia no campo das Letras e das Artes. Violinista de rara virtuosidade, escreveu letras e músicas para muitas "revistas" e "marchas" populares, tendo sido regente das "revistas" da época e da Filarmónica Ilhavense.
Como jornalista, colaborou nos jornais de Ílhavo "O Brado", "O Ilhavense", "Terra dos Ílhavos" e foi diretor do "Beira-Mar". Foi também correspondente de quase todos os jornais diários de Lisboa, porto e Coimbra.
Orador fluente, fez conferência subordinadas aos temas "O Arrais" e a "Canção do Mar", ambas publicadas.
Foi Presidente da Direção e da Assembleia Geral do Illiabum Clube, fez parte da Direção do Hospital de Ílhavo, do património dos Pobres e Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, tendo o seu nome gravado numa placa nesta Associação Humanitária, bem como nome numa do Illiabum Clube e na própria toponímia Ilhavense, com a inserção de "Prof. João Marques Ramalheira".
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João Moço Reigota
Nascido a 13 de Setembro de 1941, na Gafanha da Boavista, Freguesia de S. Salvador, João Reigota ali passou a mocidade, ocupando os seus tempos livres na convivência com os amigos, a jogar futebol ou a pescar num "chinchorro", que mais tarde viria a ser seu. Frequentou a
Escola Primária na Gafanha de Aquém e prosseguiu os seus estudos durante mais 5 anos no Colégio de Ílhavo. Decidido a enveredar pela carreira do Ensino, João Reigota concluiu o curso de Professor do Magistério Primário de Coimbra.
Chamado ao serviço militar, passou por Mafra, Vila Real e Abrantes, tendo sido posteriormente mobilizado para as ex-províncias ultramarinas da Guiné e Cabo Verde. Após a sua passagem à disponibilidade, iniciou funções docentes na Escola n.º 2 Sul da Gafanha da Encarnação, onde leccionou durante 32 anos.
Para além do Ensino, o Prof. João Reigota sempre demonstrou um grande dinamismo, lutando em prol da população da Gafanha da Boavista.
Em 1977, encabeçou a Comissão de Moradores e diligenciou junto do então Capitão do Porto de Aveiro, da Fábrica da Vista Alegre e da Câmara Municipal de Ílhavo para que se procedesse à construção da ponte que liga a Boavista à Vista Alegre, tendo participado igualmente na construção do Centro Cultural e Recreativo da Gafanha da Boavista, inaugurado em 1978.
Presidente da Casa do Povo de Ílhavo, desde 1973, o Prof. João Reigota impulsionou a criação do Rancho Regional da Casa do Povo. Tudo aconteceu na sequência de uma festa de Natal realizada em 1983, no Centro Cultural da Gafanha da Boavista, onde um grupo de jovens da terra apresentou algumas danças de folclore. O projecto de avançar com um Rancho Folclórico foi bem recebido por todos, tendo, dois anos mais tarde, após uma exibição em Corticeiro de Cima, integrado a Federação Nacional de Folclore, realizando desde então uma média de 30 festivais por ano.
Com uma grande aptidão para a cozinha e apreciador do fiel amigo, o Prof. João Reigota foi um dos fundadores da Confraria Gastronómica do Bacalhau (1999), com o objectivo de divulgar e promover a confecção do bacalhau e a gastronomia do Município de Ílhavo, contribuindo, assim, para o seu processo de afirmação enquanto Capital do Bacalhau, nomeadamente através da realização anual das Tasquinhas de Ílhavo, mantendo ainda hoje o título de Grão Mestre.
Foi pelo trabalho notável que tem desenvolvido ao nível da preservação e da promoção dos valores da história e da cultura do Município, muito em especial no que respeita à gestão do Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo, assim como de outras actividades associativas e comunitárias, sendo um exemplo de Dirigente Associativo dedicado e empenhado na dinamização social do Município, que a Câmara Municipal de Ílhavo agraciou o Prof. João Reigota com a Medalha de Mérito Cultural, no âmbito das Comemorações do Feriado Municipal de 2007.
Maio 2008
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Rosa Cecílio Santos Rato
Rosa Rato nasceu a 3 de Abril de 1932, em Ílhavo.
Concluída a instrução primária, abandonou os estudos para ajudar a família, dedicando-se, então às lides da casa e aos cuidados dos irmãos.
O Pai era marítimo e a mãe vendia peixe do rio no Mercado de Ílhavo.
Como cedo revelou uma grande aptidão para a costura, aos 16 anos de idade rumou a Lisboa para aperfeiçoar os seus conhecimentos, frequentando o curso de Corte e Costura, tendo a partir daí começado a costurar para fora.
Na década de 60, juntou um grupo de jovens raparigas e rapazes, com especial gosto pela dança, dedicando-se à organização das Marchas Sanjoaninas.Mulher de grande dinâmica, era das suas mãos que saiam os trajes e para angariar fundos calcorreava as ruas de Ílhavo, batendo de porta em porta.
Os desfiles realizavam-se no centro da Cidade de Ílhavo, uma tradição que durou alguns anos.
O dom e empenho desta ilhavense não ficariam por aqui. A par das Marchas Sanjoaninas, também promoveu os desfiles de Carnaval, com o apoio da Associação Cultural e Recreativa Chio Pó-Pó, tendo igualmente participado em concursos de Dança de Salão e até no programa televisivo “A Cornélia”, dada a sua grande paixão pela dança.
No início dos anos 80, os irmãos João e Francisco Bilelo, desafiaram a D. Rosa a fundar um Grupo Folclórico, o que viria a acontecer em 1983, ao qual apelidaram de “O Arrais”, figura tão típica das embarcações de pescadores, simbolizando o marítimo de Ílhavo.
Com perseverança e empenho, Rosa Rato dirigiu, até 2008, o Grupo Folclórico "O Arrais" que, pelas suas bodas de prata e pelo trabalho de grande relevância social e cultural que desenvolveu durante os 25 anos de vida em prol da Comunidade e do Município, foi homenageada com a Medalha do Concelho em Vermeil, aquando das Comemorações do Feriado Municipal 2007.
Abril 2009
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Rui André Morais Lourenço
O Rui André Morais Lourenço, tem 21 anos, nasceu a 9 de Julho de 1985, e é residente na Gafanha da Nazaré, membro da Assembleia de Freguesia da Gafanha da Nazaré, eleito a 9 de Outubro de 2005.
Completou o 12º Ano na área Económico-social, tendo como objectivo a formação superior nas áreas da Administração e da Música.
Presentemente exerce a sua actividade na área da Publicidade e Marketing.Foi atleta no Grupo Desportivo da Gafanha, tendo exercido o cargo de treinador adjunto na Secção de Basquetebol entre 2003 e 2005.
O Rui Lourenço é militante do PSD desde 2004, pertencendo à Comissão Política Concelhia da JSD, sendo este o seu primeiro mandato como autarca.
Abril 2007
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Sara Pinho
Natural de Ílhavo, Sara Daniela Silva Pinho nasceu a 6 de Agosto de 1981 e residiu na Gafanha de Aquém até há cerca de dois anos, altura em que casou com o Atleta Filipe Pedro e se mudou para Malhapão, Oliveira do Bairro.
Licenciada em Matemática Aplicada e Computação, pela Universidade de Aveiro, Sara Pinho trabalha actualmente na Escola de Artes da Bairrada - Troviscal, mas a sua verdadeira vocação prende-se com o Atletismo.
Com apenas catorze anos, esta atleta ilhavense começou a sua carreira na A.D.C.R. Senhora dos Campos, onde permaneceu dois anos, tendo na sua primeira competição obtido o 4.º lugar, facto que lhe abriu portas para representar a Selecção de Aveiro.
Em 1997, Sara entrou para a A.C.D. "Os Ílhavos", onde, durante os sete anos que aí permaneceu, conquistou como Júnior diversos títulos como Campeã Regional, Campeã das Beiras, Vencedora de Torneios Internacionais e obtido lugares de honra a nível nacional, alcançando ainda lugares de destaque na categoria Sénior.
Neste mesmo período foi igualmente distinguida por diversas entidades, nomeadamente a A.C.D. "Os Ílhavos", a Associação de Atletismo de Aveiro e pela Universidade de Aveiro como "Atleta do Ano".
Em 2003, foi homenageada em New Bedford, por vencer a prova de 5 Km nessa Cidade e distinguida com o Prémio "Leme - Desportista do Ano", pela A.C.D. "Os Ílhavos", e um ano depois foi considerada a "Atleta do Ano" pela Confraria Camoniana Associação de Ílhavo.Seguiram-se diversas representações, como a Juventude Vidigalense, em Leiria, onde começou a trabalhar com o Prof. Paulo Colaço, seu treinador desde então, e onde obteve o Recorde Regional de Leiria nos 5.000m (2004/2005) e o Centro de Atletismo da Madeira, obtendo mais títulos e batendo mesmo os recordes regionais de algumas distâncias incluindo da Meia Maratona (2005/2008).
Em 2008, Sara Pinho viu o seu grande sonho realizado ao assinar pelo Sporting Clube de Portugal, fruto do seu empenho, esforço e dedicação nesta modalidade que é parte integrante da sua vida.
Apesar de alguns obstáculos que a levaram a estar ausente um ano e meio do Mundo do Desporto e que fizerem deste o pior momento da sua vida, Sara Pinho continua a lutar pelos seus objectivos, vibrando e sorrindo à medida que os vai atingindo. Prova disso foi o seu regresso recente ao activo, com a sua participação no Campeonato Nacional de Cross, em Vila Nova da Barquinha, conquistando o lugar de Vice Campeã Nacional.
Sara Pinho encontra-se numa fase de estabilização profissional, conciliando de forma excepcional o seu trabalho com a sua carreira de Atleta, tendo recentemente participado, como convidada de honra, na iniciativa "Caminhada pelo Município de Ílhavo", no âmbito do Programa Desporto para Todos, promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo.
Abril 2011
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Sara Reis da Silva
Nascida em 1972, na Gafanha da Nazaré, Sara Silva cedo demonstrou especial gosto pelos livros, dedicando grande parte do seu tempo à leitura e à escrita por considerar que "é no convívio continuado com os livros que podemos ser mais abertos ao outro e mais sensíveis ao belo".
Licenciada em Ensino de Português e Inglês (1995) e Mestre em Estudos Portugueses (1999), pela Universidade de Aveiro, Sara Silva é assistente na Universidade do Minho (Instituto de Estudos da Criança), desenvolvendo a sua docência e a sua investigação na área da literatura infantil e juvenil.
É membro da APPLIJ (Associação Portuguesa de Promoção do Livro Infantil e Juvenil - Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) - e da ELOS - Associação Galego Portuguesa de Investigação em Literatura Infantil e Juvenil. É investigadora do projecto "Literatura Infantil e Educação para a Literacia" do Centro de Investigação em Literacia e Bem-Estar da Criança (LIBEC - Universidade do Minho) e da Rede Temática Ibérica de Investigação em Literatura Infantil e Juvenil (LIJMI) (Universidade de Santiago de Compostela).
Sara Silva tem dinamizado várias acções de formação, bem como apresentado comunicações e conferências em encontros científicos nacionais e internacionais, assinando igualmente a rubrica literária do jornal O Ilhavense e interpretando literatura portuguesa na Rádio Terra Nova. É colaboradora do suplemento “Das Artes e das Letras” do jornal “O Primeiro de Janeiro", nomeadamente da secção "O Sonho no Armário".
Autora dos livros "Dez Réis de Gente…e de Livros: Notas sobre Literatura Infantil" (2005) e "A Identidade Ibérica em Miguel Torga" (2002), Sara Silva colabora na Revista "Malasartes - Cadernos de Literatura para a Infância e Juventude" e é membro do projecto Gulbenkian/Casa da Leitura.
A Câmara Municipal de Ílhavo tem contado com a preciosa colaboração de Sara Silva como membro do júri do Concurso Literário Jovem desde o seu início, realizando, no dia 23 de Abril do corrente ano, a entrega dos prémios da sua 7ª edição.
Abril 2008
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Sargento Ajudante João Nunes Redondo
A 22 de Março de 1963, em ação no Ultramar, o Sargento Ajudante João Nunes Redondo lançou-se deliberadamente sobre uma mina prestes a explodir, que inevitavelmente o vitimou, evitando assim a morte dos camaradas mais próximos. E em seguida, para melhor se ajuizar do valor que foi o Furriel Miliciano João Nunes Redondo, foi agraciado com o grau de Cavaleiro com Palma, da Ordem Militar da Torre de Espada do valor, Lealdade e Mérito.
Considerando que, na fase inicial da intervenção da sua unidade, no sul da província de Guiné, se mostrou um combatente distinto e valente, revelando elevado espírito militar, que na emboscada sofrida no dia 22 de Março, na Tabanca do Cubaque, teve atuação de especial relevo, pois ao defrontar um grupo de mais de 50 terroristas, comandados por conhecido chefe, que além de superioridade numérica, desfrutava dos efeitos surpresa, infligindo várias baixas ao inimigo, destacando-se do próprio chefe, que numa ação de levantamento de minas, ao verificar que o dispositivo de disparo de um dos engenhos, fora, inadvertidamente, acionado por um dos sapadores que o auxiliavam a tarefa, em atitude consciente e voluntária, lançou-se sobre ele, salvando a vida dos seus subordinados, com sacrifício da sua.
Foi promovido a Sargento Ajudante, a Título póstumo, a 12 de Março de 1964.
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Silva Peixe
Manuel Silva Peixe nasceu em Ílhavo a 12 de Abril de 1902. Com apenas 5 anos ficou órfão de pai. Com a tenra idade de doze anos, embarcou como moço de bordo. Desde logo manifestou a sua veia poética, tendo, sobre esta primeira viagem, escrito:
"Tão novo fui p'ro mar com doze anos
E a voz da tempestade conheci!
Na grande imensidão dos Oceanos!
Deixei a mocidade que perdi!"
Pela sua profissão de marinheiro, e pelo seu "passatempo" como poeta, ficou conhecido como poeta-marinheiro.
Silva peixe participou em programas da RTP, e esteve, por várias vezes, presente na universidade de Aveiro, onde a sua poesia foi analisada e lida perante catedráticos.Foram cerca de vinte livros que mandou imprimir, a despesas próprias. Poucos dias antes da sua morte foi ao Museu Marítimo de Ílhavo "depositar" todas as medalhas que lhe ofereceram.
Morreu em 1990, contando já com a bela idade de 88 anos. -
Thomé José de Barros Queiroz
Thomé José de Barros Queiroz nasceu a 2 de Fevereiro de 1872, no lugar das Quintas, da freguesia de S. Salvador e era descendente pelo ramo materno de uma família de grandes tradições liberais.
Sua mãe, Matilde da Conceição Queiroz era irmã do famoso Desembargador Joaquim José de Queirós, chefe da revolução liberal de 1828 - o avô de Eça de Queirós.Ainda menino, apenas com oito anos, foi para Lisboa. Com 22 anos, por não ter carta do exame de instrução primária requereu para prestar provas de admissão na Escola Elementar do Comércio.
Em 1902 é eleito presidente da Junta de Santa Justa. Em 1908 faz parte, como vereador da Câmara Municipal de Lisboa. A sua ação nesta Câmara foi tão valiosa que o Presidente propôs que se consignasse na ata um voto de louvor à Comissão da Fazenda pelo seu trabalho, declarando os Vereadores Carlos Alves e Mirando do Vale que este favor só pertencia ao seu colega Barros Queiroz.
Em 1910 foi implantada a República: José Relvas, ministro das finanças do Governo Provisório, convida Barros Queiroz para seu colaborador na gerência daquela pasta.
Em 14 de Maio de 1915, sendo nomeado Presidente do Ministério João Chagas (embora este não chegasse a tomar posse), foi convidado para Ministros das Finanças.
Em 23 de Maio de 1921 recebeu o convite para formar governo, que aceitou, sendo Presidente do Ministério e acumulando a Pasta das Finanças, onde permaneceu apenas 3 meses.
A 5 de Maio de 1926, 23 dias antes do pronunciamento de 28 de Maio, falecia em Lisboa o incontestável republicano, que em vida se chamou Thomé José de Barros Queiroz.
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Viriato Simões Teles
Viriato Simões Teles nasceu em Ílhavo a 20 de setembro de 1871, sendo seus pais Manuel Simões Teles e Maria Gonçalves de Jesus. Nesta Vila, preparou-se para os exames de instituição primária e de admissão ao liceu de Aveiro. Em busca de um sonho seu, abandonou o curso liceal e foi para as praias africanas e terras de Santa Cruz. Por ali ficou cerca de 18 anos, até fins de 1913, tendo vivido sempre atormentado pela miséria.
Por motivos de saúde, vê-se obrigado a regressar a Ílhavo, onde lhe chama a atenção a forma como vivem os seus conterrâneos mais necessitados, não deixando em esquecimento os pobres pertencentes à classe piscatória. E começa desde logo a desenvolver esforços de ação social. Para eles fundou, em 1914, uma associação de assistência, que designou de "Caridade de Ílhavo". Esta instituição foi extinta em 1918.
No entanto, tudo o que conseguiu juntar durante esses anos, tornaram possível a realização de um dos seus sonhos: tornou-se possível dar início ao Hospital de Ílhavo.
Começa a recolha de donativos que o seminário "Brado" publicou em 12 de abril de 1919.
Em 1 de maio do mesmo ano, assistiu ao lançamento da pedra do Hospital da Misericórdia de Ílhavo.
Faleceu em 5 de agosto de 1942.
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Zita Leal
Nascida em Peniche, a 24 de Julho de 1938, Zita Leal sempre teve uma postura inconformada perante a sociedade, considerando-se uma garota de nariz empinado, "arrapazada", que dava a merenda a quem quisesse para, de seguida, "esgatanhar" o mesmo se o apanhasse a mal tratar um amigo.
Aos cinco anos de idade veio viver para Aveiro, onde frequentou a Escola Primária da Vera Cruz. Prosseguiu os estudos no Liceu José Estêvão, dedicando grande parte do tempo às "teatradas". O Liceu foi a sua "Escola de Amor ao outro": a visita semanal aos mais carenciados, os berços entregues aos bebés nascidos "quase nas palhinhas", visitas de amizade aos presos, foram acções que levou a cabo na sua juventude, constatando, hoje, que este aprender a solidariedade faz falta nas nossas Escolas.
Em 1958 foi viver para Lisboa onde ingressou no Curso de Educadoras da Mocidade Portuguesa Feminina, adquirindo aí conhecimentos ligados às Artes, à Educação Física, à Ética e à Pedagogia, não se tendo, no entanto, desviado da esperança de viver numa sociedade fraterna, assumindo desde logo os seus ideais comunistas, que ainda hoje mantém.
A enorme aptidão para a Literatura levou Zita Leal a seguir o Curso de Português - Francês na Universidade de Aveiro e, mais tarde, obteve a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Aberta. Leccionou nas Escolas Preparatórias de Ílhavo, Vagos, Mira, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Arcos de Valdevez, Escolas Secundárias n.º 1 e José Estêvão (Aveiro) e, em final de carreira, na EB 2.3 da Gafanha da Nazaré. Dedicou igualmente o seu tempo e saber à Formação Profissional, nomeadamente na Forpescas, com pescadores, peixeiras, manipuladoras fabris, empregadas de escritório, entre outros, partilhando assim 37 anos de vida com alunos de todas as idades.
Aposentada desde 2005, a sua ligação ao Ensino permanece viva: conta histórias, faz poesia com crianças, dramatizações nas Escolas. Nos últimos anos tem visitado semanalmente a EB 1 da Barra e continua a ser frequente vê-la declamar poesia no âmbito da Comemoração do Dia Mundial da Poesia pois pertencia à Associação Rota da Poesia e integra o Grupo Poético de Aveiro, colaborando regularmente nos eventos culturais realizados pelo Grupo.
Dona de um espírito aberto e empreendedor e de uma presença altiloquente, ainda hoje é evidente a paixão que nutre pelo ensino e por todas as crianças às quais reconhece ter tido o prazer de ensinar.
Aos filhos e netos pretende deixar aquele que considera o mais importante legado de todos, manifesto através da seguinte mensagem: “Vale a pena a vida. Espalhem o amor entre todos e serão felizes!"
Março 2010
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Joaquim António Pinto Coelho
Joaquim Coelho, um cidadão ilhavense residente em Newark, Estados Unidos da América (EUA), que tem desenvolvido um trabalho notável ao nível da preservação e da promoção dos valores da História e da Cultura do Município de Ílhavo, coordenando e dinamizando várias ações junto da Comunidade Portuguesa e Ilhavense.
Nascido a 20 de março de 1943, na Freguesia de S. Salvador, Município de Ílhavo, Jack Coelho, como é conhecido por muitos, concluiu a 4.ª Classe na antiga Escola Primária de Cimo de Vila, ingressando aos 11 anos de idade no Seminário, onde permaneceu apenas um ano. Após dois anos de frequência no Externato de Ílhavo, começou a trabalhar como torneiro mecânico na empresa “Paula Dias” até ao dia em que concretiza o “sonho americano”. A 1 de novembro de 1960, Jack Coelho vai ao encontro do pai e do avô materno que, embarcados na Pesca do Bacalhau, se encontravam então em terra, mais precisamente em Newark, EUA, para o receber. Jack Coelho vai trabalhar para uma empresa de joias em ouro alemã, onde havia apenas três portugueses, conciliando o trabalho com os estudos, frequentando a Escola durante a noite para aprender a língua inglesa.
De fácil trato e simpatia contagiante, este ilhavense depressa se adaptou à Comunidade que o acolheu, frequentando com regularidade os Clubes da Cidade, nomeadamente o Clube Português, onde realizou e estreitou muitas amizades e conheceu, há cerca de 45 anos, a mulher, Adelaide, com quem veio a casar. Já casado, Jack Coelho trabalhou noutra empresa do mesmo ramo durante dois anos, o que lhe permitiu amealhar o suficiente para se estabelecer por conta própria na área da restauração. Mas o bichinho da arte de desenhar e criar peças em ouro levou-o a optar por abrir a sua Ourivesaria/Relojoaria, realizando assim o sonho antigo de fazer aquilo que mais gosta e que se mantém até aos dias de hoje.
Apesar da distância, Jack Coelho sempre manteve uma ligação muito próxima e forte com a sua Terra Natal, organizando várias ações de apoio social e de promoção da nossa Cultura, destacando-se apoios tão importantes como a construção da Estátua do Homem do Mar (2001) ou a angariação de fundos junto da Comunidade de emigrantes portugueses a favor da obra do Hospital de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, que veio a ser inaugurado em 2010. Graças a este seu espírito benemérito, o Embaixador do Município de Ílhavo no Mundo, Joaquim Coelho, foi condecorado em 2008 pela Câmara Municipal de Ílhavo com a Medalha do Concelho em Vermeil, no âmbito das Comemorações do Feriado Municipal de Ílhavo, como gesto de reconhecimento e de agradecimento pela sua dedicação, persistência e vontade de fazer bem em prol da sua Terra.
Setembro de 2012
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António Rosalino Casimiro Bizarro
Nascido no seio de uma família humilde, a 18 de abril de 1932, na Freguesia de S. Salvador, Município de Ílhavo, António Bizarro aí viveu a sua infância, concluindo com distinção a 4.º Classe na Escola n.º 1 da Rua Ferreira Gordo. Graças à ajuda de um amigo da família, o Sr. José Gouveia, foi estudar para a Escola Industrial e Comercial Fernando Caldeira, em Aveiro, concluindo o Curso Comercial quatro anos mais tarde. Seguiu-se um estágio de 180 dias nas Finanças de Ílhavo e um trabalho sazonal nos Talhos Alberto, onde efetuou serviço de caixa e escrita, até ao dia em que foi trabalhar para a Neves & Capote como ajudante de guarda-livros, tratando da contabilidade da empresa.
Mais tarde, em 1965, assumiu a função de Técnico de Contas, que desempenhou até ao momento em que se reformou (1998). Dinâmico e interessado, desde tenra idade integrou várias coletividades, destacando-se a sua participação como atleta no Sporting Clube de Ílhavo, na União Desportiva Ilhavense, no F.C. Bonsucesso e, como federado, no Sporting Clube da Vista Alegre.
António Bizarro é um Homem que corporiza como poucos o Associativismo, deixando uma forte presença como dirigente no Illiabum Clube, (anos 50 e 60), na Associação dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo (anos 70), na Associação de Basquetebol de Aveiro (1966-1968) e na Associação de Desportos de Aveiro, ficando responsável pela modalidade de Basquetebol (1972-1979). Esteve igualmente ligado ao Escutismo, tendo sido, em 1981, um dos fundadores da FNAI – Fraternidade Nuno Álvares de Ílhavo, e ao Futebol, cofundando os Clubes de Bairro (Sporting Clube de Ílhavo e União Desportiva Ilhavense), bem como o Núcleo de Ílhavo do Sporting Clube de Portugal (1982). Reformado desde os seus 66 anos, António Bizarro passou a dedicar mais do seu tempo à Associação dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo (AAMMI), associação à qual pertence desde 1980 e na qual também tem ocupado diversos cargos. De 1980 a 1993 foi Secretário, acumulando desde esta última data a função de Tesoureiro.
Nos anos que antecederam a inauguração da Ampliação e Remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo (21 de outubro de 2001), António Bizarro acompanhou de perto o então Diretor do Museu, Cap. Francisco Marques, na preparação da Sala da Faina Maior, e passou a desempenhar a função de gestor da Loja do Museu a partir da data da inauguração. Desde 2009 que António Bizarro é Vogal da Direção da AAMMI, ocupando o seu tempo na colaboração e verificação das vendas da Loja, vivendo com uma intensidade invulgar este lugar que constitui uma inegável ode à estoica história da temática marítima: o Museu Marítimo de Ílhavo.
Outubro de 2012
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Carlos Manuel dos Santos Ferreira
Natural de S. Salvador, Ílhavo, Carlos Ferreira nasceu a 24 de julho de 1958, no Largo da Capela, na Rua da Fontoura, onde viveu até aos três anos de idade.
Nascido no seio de uma família humilde, recorda com saudade o tempo de meninice, em que a mãe assumia o papel de pai para os seus quatro filhos, aquando das ausências do marido, que andava à pesca do bacalhau à linha com dóris, nos mares da Gronelândia e Terra-nova, por longas temporadas.
Após a conclusão do ensino básico na Escola Primária da Senhora do Pranto, Carlos Ferreira optou por ir trabalhar para poder ajudar a família. Foi aprendiz de carpinteiro até 1979, altura em que foi chamado para cumprir o serviço militar obrigatório no Regimento de Engenharia de Espinho, a que se seguiu o Regimento de Engenharia da Pontinha, Lisboa, para tirar a especialidade de Operador de Transmissões. Em 1982, Carlos Ferreira regressou a Ílhavo e foi trabalhar para a antiga Fábrica de Porcelanas Quinta Nova, na Chousa Nova, entretanto adquirida pela Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre, onde labora na área da vidragem há cerca de dez anos.
Dinâmico e com uma faceta humana extraordinária de querer ajudar o próximo, integrou o Corpo Ativo dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, onde começou como Aspirante e saiu, vinte anos depois, como Subchefe, para se dedicar à Presidência da A.C.D. “Os Ílhavos”, mantendo-se, no entanto, no Quadro de Honra como Chefe da Associação Humanitária dos BVI. Carlos Ferreira, que está ligado à A.C.D. “Os Ílhavos” desde os seus dezasseis anos, começou por participar em várias tarefas, uma das quais como seccionista da modalidade de Atletismo, e a interessar-se por tudo o que dizia respeito à vida da Associação, assumindo ao longo do tempo as funções de Vogal, Secretário até Tesoureiro e, mais tarde, de Vice-Presidente.
Em 1995, Carlos Ferreira assumiu a presidência da A.C.D. “Os Ílhavos”, fazendo-se acompanhar de pessoas que, tal como ele, muito contribuíram para a vida da Associação e que ainda hoje estão consigo. Neste seu percurso, orgulha-se de ter conseguido manter o importante papel da Associação na promoção do Desporto e da Cultura no Município e de cumprir, com o apoio institucional da Câmara Municipal de Ílhavo, o sonho de realizar obras profundas na Sede, conseguir para a Associação o Estatuto de Utilidade Pública, comprar uma viatura para a mesma e comemorar o 25.º Aniversário de vida da Associação.
Carlos Ferreira, detentor de um espírito dinâmico e metódico, pauta a sua atividade pela entrega generosa e disponível ao movimento Associativo e à política, atualmente como Presidente da Assembleia de Freguesia de S. Salvador, contando, segundo o mesmo, com o apoio incondicional da sua mulher, Isabel, e dos filhos, Diogo e Francisco, esteios seguros no porto de cada dia.
Fevereiro de 2013
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Jorge Miguel Rodrigues Cardoso
Natural da Gafanha da Nazaré, Jorge Cardoso é um jovem artista que desde muito cedo começou a revelar talento para as artes. Ainda criança fazia experiências e tentativas de arte naif. Aos catorze anos formou, com mais dois amigos, o grupo musical “Putos do Flamengo” e começou a executar quadros de nós de marinheiro, técnica que foi aprofundando nos anos seguintes.
O facto de ter nascido no Município de Ílhavo fez com que se guiasse no meio artístico inspirado pela sua Cultura e Tradições, criando peças sobre temáticas como a Faina Maior, a tradicional seca do bacalhau, a Arte Xávega, a agricultura, entre muitas outras. A par dos estudos, que concluiu em 2009, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, e do Curso Profissional de Topografia que tirou no Centro de Formação Profissional de Aveiro, Jorge Cardoso sempre foi um autodidata, dedicando grande parte do tempo livre à leitura sobre técnicas de artes e a observar outros artesãos a executar bricolages. Com vinte anos começou a fazer restauro e aos vinte e três, cativado pelas miniaturas e maquetas, iniciou a odisseia de criar um infindável universo de personagens em miniatura feito a partir de amendoins.
A “Amendoimlândia”, única do género no Mundo e já patenteada, conta com mais de 500 personagens, entre heróis de banda desenhada, personagens literários, profissões, presépios ou outras personagens que se possam imaginar. Os amendoins são tratados, para não se deteriorarem, pintados e depois são-lhes adicionados pormenores que dão vida a cada personagem. As personagens da “Amendoimlândia” tornaram-se a sua principal atividade, tendo inclusive já enviado amendoins para o Canadá, Venezuela, Angola, Estados Unidos da América, entre tantos outros países. O que inicialmente parecia uma brincadeira passou a ser um projeto de vida a sério: com o apoio incondicional da mulher, Joana, este artesão passou a viver exclusivamente das suas criações artísticas, o que o faz sentir preenchido e realizado. Atualmente, Jorge Cardoso participa em inúmeras Mostras e Feiras de Artesanato por todo o país.
Abril 2013
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Maria Vitorina Matias de Azevedo
Filha de um dos fundadores do Agrupamento 189, Manuel Soares Azevedo, a Chefe Vitorina, assim conhecida em todo o meio escutista, nasceu a 2 de maio de 1942.
Natural de S. Salvador, Ílhavo, iniciou os seus estudos na Escola Primária n.º 1 na Rua Ferreira Gordo, de onde seguiu para o Liceu Nacional de Aveiro, atual Escola Secundária José Estêvão, onde permaneceu até ao 6.º ano, altura em que o seu pai adoeceu e se viu obrigada a interromper os estudos para ajudar a mãe no negócio da família, a casa de móveis “Mobiladora Ilhavense”. Ultrapassada a doença do pai, a Chefe Vitorina entrou no Colégio da Nossa Senhora da Assunção, em Famalicão, onde concluiu os 6.º e 7.º anos. Apresentou provas no Liceu Nacional Infanta D. Maria para ingressar na Universidade de Coimbra para estudar Ciências Biológicas.
Concluída a licenciatura em 1968, a Chefe Vitorina iniciou a sua vida profissional a lecionar na EICA – Escola Industrial e Comercial de Aveiro, atual Escola Secundária Mário Sacramento. No ano seguinte concorreu a nível nacional e foi colocada na Escola Preparatória João Grave, Vagos, onde deu aulas de Ciências da Natureza e Matemática durante cinco anos. No ano letivo 1974-1975 realizou o estágio no 4.º grupo do Ciclo Preparatório na Escola Martim de Freitas, em Coimbra. Voltou a concorrer a nível nacional e foi colocada, em nomeação definitiva, na Escola Preparatória de Ílhavo, que funcionava no antigo Externato de Ílhavo. Com a abertura da EB 2.3 Ferreira Pinto Basto, em 1999, passou aí a lecionar Ciências da Natureza até se aposentar em 2004, deixando para trás 36 anos de dedicação da sua vida à instrução, cultura e educação dos alunos ao longo de várias gerações, que lhe valeu um Louvor atribuído pelo Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Ílhavo.
Desde sempre ligada ao meio escutista, a Chefe Vitorina fez a sua promessa de Dirigente a 27 de julho de 1969, iniciando o seu trabalho com a Alcateia (Crianças dos 6 aos 10 anos). Dois anos depois entrou na Equipa de Formação de Dirigentes da Alcateia da Região de Aveiro. Exerceu cargos a nível regional, como Chefe Regional Adjunta, Secretária Regional Pedagógica e Secretária Regional de Formação de Adultos. Em 1984, recebeu a Cruz de Mérito pelo seu alto sentido de servir, dedicação e espírito de sacrifício dispensados em prol do Corpo Nacional de Escutas (CNE).
Em 1985 concluiu o Curso de Formadores Adjuntos (CAF) e, em 1992, o Curso de Diretores de Formação (CDF), passando a pertencer ao Quadro Nacional de Formadores do CNE. Colaborou na reformulação dos programas educativos que o CNE foi implementando ao longo do tempo e participou num Acampamento Mundial (Jamboree) na Noruega (1975), em cinco Acampamentos Nacionais (ACANAC) e em dezenas de Acampamentos Regionais, de Agrupamento e de Alcateia. Após cinco anos como Chefe do Agrupamento (1991-1996), a Chefe Vitorina passou a ocupar o cargo de Chefe-Adjunta do Agrupamento 189 que mantém nos dias de hoje, sendo reconhecido o seu trabalho ao serviço da Comunidade, através da associação escutista e da sua forte ligação à Paróquia de Ílhavo, onde exerce o serviço de Secretária do Conselho Pastoral desde 1977.
Em 2010 foi agraciada com o Colar de Nuno Álvares, a mais alta condecoração do escutismo português, pela sabedoria, humildade e afabilidade que tanto caracterizam esta ilhavense no seu lema de vida: “Escuteiro um dia, Escuteiro para sempre”.
Maio 2013