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Lagarta-do-Pinheiro
Em termos de produção lenhosa, verifica-se uma redução do crescimento das árvores no período em que ficam desfolhadas.
Em termos de saúde pública, a processionária pode representar, no entanto, um problema sério, sobretudo em anos de níveis populacionais elevados e junto a locais habitados.
Como todos os insetos, desenvolve-se passando por fases que são:
- Ovo
- Lagarta *
- Pupa ou crisálida (fase subterrânea)
- Inseto adulto (borboleta)
* As lagartas passam por 5 estádios de crescimento. A partir do terceiro estádio possuem pelos urticantes que causam alergias na pele, globo ocular e aparelho respiratório. Estas alergias podem ter consequências graves, dependendo da sensibilidade do indivíduo atingido.
A solução nunca residirá no abate das árvores atacadas, pois existem diversos métodos de controlo deste inseto para as diferentes fases de desenvolvimento.
MÉTODOS DE CONTROLO RECOMENDADOS EM ZONAS URBANAS
PERÍODO DE INVERNO (DE NOVEMBRO ATÉ À DESCIDA DOS NINHOS)
Durante este período, as lagartas evoluem do terceiro para o quinto estádio. Aparecem os pelos urticantes. Constroem os típicos ninhos de inverno. Mantêm os hábitos de alimentação crepuscular e noturno, permanecendo no ninho durante o dia. Este funciona como acumulador térmico.
O método mais eficaz nesta fase consiste na destruição mecânica dos ninhos, durante o dia, quando as lagartas estão abrigadas, em caso de pequenas infestações. No solo, juntá-las com o auxílio de um ancinho, vassoura de jardinagem ou qualquer outro utensílio semelhante. Após a remoção, o ninho deve ser queimado ou esmagado com suavidade para não provocar a projeção dos pelos como reação defensiva (o operador deve estar completamente protegido com óculos, máscara e luvas);
PERÍODO DA PRIMAVERA (MEADOS DE FEVEREIRO/FINAIS DE MAIO)
Geralmente, neste período, as lagartas abandonam os ninhos e descem dos pinheiros ou cedros para o solo, onde se enterram para passar à fase seguinte de pupa ou crisálida e evoluir para a de inseto adulto. Nesta deslocação, vão libertando pelos urticantes que, em contacto com a pele, mucosas e olhos são responsáveis por alergias em pessoas e animais.
A destruição mecânica, com recurso a armadilhas, é, nesta altura, o método mais eficaz a usar, como o único possível.
Deve-se tentar capturá-las quando descem pelo tronco:
- Cintando este, numa extensão de 0,50 m a 1 m, com plástico ou papel embebidos nas duas faces com cola inodora à base de poli-isolbutadieno (de forma a que as lagartas ao descerem do tronco fiquem aí coladas);
A aplicação deste método requer uma manutenção frequente.
- Colocando recipientes plásticos (ex.: garrafão) em redor do tronco, onde ficam aprisionadas, ou outro de tipo de armadilhas aplicáveis junto ao tronco disponíveis em empresas da especialidade.
No solo, juntá-las com o auxílio de um ancinho, vassoura de jardinagem ou qualquer outro utensílio semelhante.
Queimá-las ou esmagá-las com suavidade para não provocar a projeção dos pelos como reação defensiva.
Se se conseguir identificar o local de enterramento, em geral situado em zona solarenga nos climas frios e temperados ou perto das árvores de origem nas zonas de clima mais quente, deve-se cavar o solo de modo a expor as pupas já formadas ou as lagartas que lograram enterrar-se. Dependendo da textura do solo a profundidade varia até um máximo de 10 a15 cm.
Ao realizar qualquer dos tratamentos aconselhados, deverá:
- Usar luvas;
- Proteger o pescoço;
- Proteger os olhos, usando óculos apropriados;
- Usar máscara de proteção no nariz e boca.
CUIDADOS DE SAÚDE
Nas escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, impedir, sempre que possível, o seu acesso à zona das árvores atacadas sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore. Em caso de aparecimento de sintomas de alergia, consultar de imediato o posto médico mais próximo.
O QUE FAZER EM CASO DE CONTACTO
Em caso de contacto com a lagarta do pinheiro, deve:
- Retirar o vestuário e tomar banho
- Se os olhos tiverem sido atingidos, lavar com água corrente durante cerca de 10 minutos
- Remover os pelos urticantes que possam ter ficado aderentes à pele (por exemplo, com um adesivo)
- Aplicar um creme hidratante
- Se os efeitos/reação alérgica forem intensos, deve procurar a ajuda de um médico
- Contacte o CIAV – Centro de Informação Antivenenos: 800 250 250
- Os animais são igualmente sensíveis ao contacto com as lagartas sendo aconselhado procedimentos idênticos. Será conveniente uma observação por um veterinário particularmente no caso de cães e gatos.
Mais informações:
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
• Conselhos do CIAV: lagarta do pinheiro
• Lagarta do Pinheiro: saiba o que fazer em caso de contacto
Fotos: ICNF