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Município de Ílhavo volta a saborear, durante um mês, a Gastronomia de Bordo
Entre 23 de outubro e 22 de novembro, a Câmara Municipal de Ílhavo vai promover a terceira edição do Festival Gastronomia de Bordo, com experiências gastronómicas, relacionadas com o Bacalhau e seus derivados, disponíveis nos restaurantes aderentes no Município. O evento está inserido na triologia de festivais com o mesmo nome e que ocorrem também em Peniche e na Murtosa, municípios que se uniram no projeto cultural em rede “Territórios com História: o Mar, as Pescas e as Comunidades”.
Este ano, o Gastronomia de Bordo de Ílhavo traz importantes novidades face às duas primeiras edições: o aumento do número de restaurantes aderentes (são 21, em 2020); o alargamento do período de realização do festival (um mês), apenas de sexta-feira a domingo (5 fins de semana); experiências gastronómicas individuas ou para duas pessoas; e a apresentação do livro de receitas ‘Gastronomia de Bordo’, editado pela Câmara Municipal com curadoria gastronómica da chef Patrícia Borges, assinalando o Dia Nacional do Mar (16 de novembro).
Cada “Experiência Gastronómica de Bordo” é composta por, no mínimo, três pratos de bacalhau e/ou seus derivados, sendo esta uma combinação de entradas e/ou pratos principais elaborados por cada um dos 21 restaurantes participantes que, desta forma, honram cozinheiros, pescadores e tradições de pesca do Município de Ílhavo, através da confeção ou da reinterpretação dos sabores da culinária praticada, ao longo dos tempos, a bordo dos grandes navios da pesca do Bacalhau.
Além das propostas gastronómicas também será possível viajar pelo território para descobrir os locais emblemáticos das pescas e conhecer as tradições, crenças e até a inovação em torno dos pescadores, dos cozinheiros da pesca e das empresas de produção e de transformação alimentar e dos seus produtos. Esta programação complementar, “Sentidos do Mar”, será divulgada brevemente.
O Município de Ílhavo tem uma longa história associada à pesca do Bacalhau: a "Faina Maior". Pescadores e marinheiros, ao longo dos tempos, viajaram em navios, primeiro à vela e depois a motor, até aos mares do norte, nas costas do Canadá e da Gronelândia para capturar, principalmente, o bacalhau-do-Atlântico (o Gadus Morhua), aquele que é considerado o verdadeiro bacalhau.
Nestas campanhas de pesca, que chegavam a demorar seis meses, os cozinheiros tentavam atenuar o cansaço e a saudades da família com comida reconfortante, como a chora, uma sopa preparada à base de cabeças de bacalhau. Também faziam parte do cardápio as feijoadas ou o feijão assado, o “pão da pana”, o “queque dos domingos”, entre outros pratos que incluíam as partes então consideradas "menos nobres" do bacalhau e também conhecidas como "derivados": caras, línguas, samos, espinhas, etc... A culinária dos navios bacalhoeiros esteve sempre condicionada pelos meios disponíveis a bordo (e desde logo com a introdução do frigorífico, apenas na década de 30 do século XX) e as técnicas de conservação dos alimentos que, em cada época, era possível ter a bordo.
Programa - Festival Gastronomia de Bordo
Mais informações em VisitÍlhavo.pt
O projeto Territórios com História: O Mar, as Pescas e as Comunidades é co-financiado pelo CENTRO2020, PORTUGAL2020 e pela União Europeia, através do FEDER