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LEME reforça lugar de encontro de profissionais em Ílhavo e anuncia criadores de 2025
Mais de seis mil pessoas passaram entre os dias 5 e 8 de dezembro pelo LEME - Circo Contemporâneo, em Ílhavo, festival que reforça cada vez mais o seu lugar como referência no panorama cultural nacional, sendo um ponto de encontro de excelência para os profissionais a nível europeu, acolhendo simultaneamente a estreia de espetáculos de grande dimensão e notoriedade a nível internacional.
Ao todo, durante os quatro dias de festival, organizado pelo Município de Ílhavo, através do 23 Milhas, e pela Bússola, estiveram presentes mais de 140 profissionais inscritos no encontro LEME PRO, que promoveu conversas em torno do tema da edição deste ano, refletindo sobre espaço público, circo e arte participativa, ecologia social ou o futuro das artes de rua. Apresentaram-se ainda espetáculos no contexto do Outdoor Arts Portugal, plataforma interdisciplinar destinada aos agentes criativos e de produção profissionais nos domínios das artes performativas em espaços públicos. Estes profissionais, de 20 nacionalidades diferentes, programadores, produtores e artistas de toda a Europa, não só assistiram à proposta programática do festival, como participaram numa experiência criada para criar uma relação maior com o território, na Associação Cultural e Recreativa Os Baldas, em que fizeram padas de Vale de Ílhavo e um workshop de vintage jazz dance, com a coreógrafa e performer ilhavense Paula Cirino, da Rhythm Tap Movement. O LEME agiganta-se assim como plataforma de criação e cooperação internacional, sem esquecer o potencial identitário do território e da comunidade em que se insere.
Outro exemplo dessa aposta são os espaços não convencionais que o festival assume, como o Pavilhão Municipal Capitão Adriano Nordeste, o Terminal Especializado de Descarga de Pescado, o Centro Paroquial de Ílhavo, o Planteia e as casas que o rodeiam, o Mercado Municipal de Ílhavo ou os becos e ruas entre o Museu Marítimo de Ílhavo e o Cais da Malhada, que humanizam a experiência do circo contemporâneo e transformam estes espaços em novas experiências para público, artistas, equipas e residentes.
Da programação fizeram parte quatro espetáculos da programação nuclear: o concerto em bicicleta de “La Bande à Tyrex”, que esgotou duas vezes a lotação prevista do Pavilhão Municipal; a experiência de gravidade e empatia de “Damoclès”, que esgotou duas sessões no Mercado Municipal; o poema ao fracasso “Konstrukt”, de Dora Komenda; e “Glorious Bodies”, espetáculo protagonizado por intérpretes entre os 55 e os 67 anos que comoveu e impressionou o público e encheu duas vezes a Casa da Cultura de Ílhavo. Nota ainda para o projeto de comunidade “Weaving Windows”, em que Melody Nolan, Omer Van Soldt e a WETUMTUM convocaram a comunidade ilhavense para participar num processo sobre memória e vivência do espaço público, com foco no Planteia. “EGO”, a criação deste ano, de João Pataco, apresentou-se em quatro sessões, no Laboratório das Artes do Teatro da Vista Alegre. O público assistiu ainda a três showcases Outdoor Arts Portugal: “ConCorda”, “Caravana” e “Cafelina”, sete processos no contexto do projeto europeu Hand to Hand e
três projetos da categoria Navegar, que fará nova chamada e estudantes do circo contemporâneo em Portugal em breve.
A organização do festival anuncia as datas do LEME em 2025, 4 a 7 de dezembro, mas também as criadoras apoiadas da próxima edição: Margarida Montenÿ e a companhia Concorda.