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Festival LEME, em Ílhavo, foi um sucesso na primeira edição
Durante os últimos quatro dias, milhares de pessoas passaram por Ílhavo e pela Gafanha da Nazaré, as cidades que acolheram as dezenas de espetáculos do LEME, o festival de circo contemporâneo que, na sua primeira edição, ocupou 13 espaços não convencionais do Município. Mercados, garagens, jardins, espaços culturais e ruas acolheram espetáculos internacionais e um público curioso que não arredou pé de uma programação intensa que incluiu várias estreias e uma criação exclusiva para o festival.
Centenas de pessoas, entre artistas e comitivas, bem como algumas das escolas de circo mais importantes do país, como a SALTO e o Chapitô, estiveram representadas através de alunos e profissionais que participaram ativamente nos quatro intensos dias do LEME.
Além dos espetáculos e formações, debateram-se vários cenários do circo contemporâneo em Portugal, e não só, em cinco conversas com profissionais da área. Na visão catalã do circo contemporâneo, num festival que teve uma forte programação com origem na Catalunha, a mensagem foi a de que deve evitar-se a institucionalização do circo como caminho para a promoção da identidade artística dos criadores, contribuindo para a sua liberdade e contrariando fórmulas comerciais.
Já na conversa que discutiu o cenário na Bélgica, e que incluiu a companhia Petri Dish, do espetáculo Driften, e a Post Uit Hessdalen, do espetáculo Pakman, falou-se em “duas Bélgicas”, no sentido de duas regiões que funcionam com políticas culturais não integradas.
No debate que questionou “o que é o circo hoje”, que juntou Ana Jordão, Phillipe Vande Weghe, Tina Koch e Tomas Vaclavek, foi unânime que é necessária uma educação artística ativa, focada em escolas mais abertas e potenciadoras de liberdade e desenvolvimento individual dos estudantes, promovendo o seu risco criativo e potenciando a inovação.
Na primeira edição, o LEME afirmou, de forma evidente, Ílhavo como um território fértil para o circo contemporâneo, não só em termos da adesão do público, mas da possibilidade dos espaços e da dinâmica vencedora dos parceiros que o organizaram: o projeto 23 Milhas, do Município de Ílhavo, a Bússola, o Institut Ramon Lull e a Flanders Today.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, esteve presente para o encerramento do LEME, no espetáculo “Chama do Mar”, uma criação de Ana Jordão e dos ilhavenses André Imaginário e Vanessa Marques Oliveira, que irá agora além do Navio Museu Santo André, mostrando que o LEME se prolonga muito para além dos últimos quatro dias de festival.
Sobre a visita ao festival, sua conta oficial do Twitter, o Gabinete da Ministra da Cultura, afirmou que o 23 Milhas é um “projeto que mostra como a cultura pode e deve atrair públicos a partir de diversas realidades locais”.
O LEME regressa em dezembro de 2019.