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Edição especial do Rádio Faneca prova que a cultura pode e deve continuar
Foram 5 concertos, 5 criações exclusivas para o festival, 24 horas de rádio, 3 projetos comunitários, 3 programas especiais na rádio, 3 sessões do percurso Casa Aberta, 1 circuito de jogos do Hélder, dezenas de discos pedidos na rádio, e centenas de pessoas, entre comunidade, artistas e equipa envolvidos, mas esta não é uma edição que fique na história pelos números, mas antes pela determinação de se continuar um festival que é de encontro em tempos de distanciamento.
“Mudou a forma, mas manteve-se o conceito e o que caracteriza o festival”, foram as palavras de Luís Ferreira, diretor do 23 Milhas, projeto cultural Município de Ílhavo, que organizou um festival que decorreu de 10 a 12 de julho e vai já na sua oitava edição.
Respeitando todas as medidas de segurança e higiene impostas pelo momento de pandemia que vivemos, esta edição especial do Rádio Faneca foi desenhado em articulação com a DGS, a Proteção Civil municipal, os Bombeiros Voluntários de Ílhavo e a GNR. Pela primeira vez, o festival aconteceu num recinto fechado, na Praça da Casa da Cultura de Ílhavo, o que permitiu controlar tanto a lotação dos espaços como a circulação de pessoas, evitando os ajuntamentos.
O Palco Jardim, que recebeu os Clã e os Dead Combo, esgotou nas duas noites a sua lotação de 450 lugares sentados. Já no Palco Rádio, foram passando centenas de pessoas, respeitando a lotação de 52 pessoas em simultâneo, tanto durante o dia, como para os concertos de Maria Reis, Old Mountain (com uma participação surpresa de noiserv) e himalion, como para os programas especiais, com o Grito e o Cochicho de Catarina Machado, o podcast É Apenas Fumaça com Marco Ribeiro Henriques e a Rubrica do Festiaval Milha (Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo), onde pôde assistir-se a dois pequenos concertos de Beatriz Dores e Ricardo Filipe, dois músicos ilhavenses.
Num recinto com mais de 200 plantas da RiaGarden (Gafanha de Aquém) que ajudavam a delimitar, mas também a harmonizar, os espaços do festival, aconteceu um circuito de 15 jogos do Hélder, em que passaram várias famílias e grupos de amigos ao longo dos três dias, tendo levado prémios e podendo deixar, num postal, uma mensagem aos utentes dos Lares de Idosos de Ílhavo. Ali ao lado, no Largo Amália Rodrigues, no Palco Amália, aconteceram 16 sessões de histórias sobre memórias de avós e netos, criadas por Graça Ochoa e encenadas pela Monstro Colectivo.
Os três percursos da Casa Aberta, que este ano se fez a partir de uma casa de pássaro à porta de cada participante, e personalizada por si, foram passando por essas vinte casas também ao longo dos três dias.
O concerto da Bida Airada foi um dos mais emotivos de sempre, focado no tema da casa, como o restante festival, mostrando momentos do que os participantes deste ano, mais de três dezenas, fizeram nas suas casas durante a quarentena, mas também falando sobre liberdade, como solos de guitarra, rap, dança e um conjunto de referências ilhavenses que nunca faltam no projeto da Bida Airada.
O Rádio Faneca termina este ano seguro de que em 2021 regressará, expectante de as regras de segurança e higiene se alterem, mas certo de que quando há vontade, determinação e um plano sintonizado com um propósito, é necessário, mais do que possível, continuar a transmitir alegria.