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124.º aniversário da Restauração do Concelho de Ílhavo
O 124.º aniversário da Restauração do Concelho de Ílhavo foi assinalado, no dia 13 de janeiro, numa homenagem a todos os ilhavenses que, durante 3 anos (entre 1895 e 1898) lutaram pela autonomia municipal.
Esta cerimónia teve lugar no auditório do Centro de Religiosidade Marítima e destacou a obra do Mestre Manuel Bolais Mónica (1889-1959), que se distinguiu na construção naval, contribuindo para o desenvolvimento económico-social do Município.
Discurso do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo
João António Filipe Campolargo
Valorizar a história da nossa terra e das nossas pessoas é um dever.
Um dever não só em relação à memória daqueles que nos precederam, mas, também, em relação aqueles que nos sucederem.
As nossas raízes são sempre tudo o que temos, por isso é fundamental conhecer a história do lugar que habitamos para sermos uma comunidade que partilha uma memória que faz acontecer o presente e sonha o futuro.
Diariamente, o Centro de Documentação da Câmara Municipal de Ílhavo trabalha para dar conhecer a História, as Gentes, o Território, o Património Material e Imaterial do Município, estimulando o sentimento de pertença da comunidade e contribuindo para a afirmação da identidade de Ílhavo.
Hoje, estamos aqui reunidos, para homenagear a história e as pessoas do Concelho de Ílhavo que, durante 3 anos, entre 1895 e 1898, lutaram pela autonomia municipal.
Como sabemos, em 1895, Ílhavo perdeu a sua autonomia e foi integrado no concelho de Aveiro. Três anos depois recuperou a sua independência, fundamentada com o controlo financeiro das contas do concelho, o valor das suas transações comerciais e a existência de empresas de referência, como a Vista Alegre e os Estaleiros Mónica.
A publicação “Nossa Gente”, que hoje apresentamos, é por essa razão dedicada ao Mestre Manuel Bolais Mónica, aqui representado pelos seus netos, Celeste, Eneida e Ernesto, e o seu bisneto, Jorge.
Manuel Bolais Mónica distinguiu-se na construção naval na segunda metade do século passado, tendo contribuído para o desenvolvimento económico-social do nosso Município.
Provavelmente, Manuel Mónica não se tornaria num dos mais importantes industriais da construção naval em madeira, se na infância não tivesse aprendido os “segredos da arte” com o seu pai e se não tivesse nascido numa terra que sempre lutou por vencer as contrariedades do mar alto.
Conhecer a história do mestre Manuel Mónica, que transformou o seu estaleiro na Gafanha da Nazaré numa escola de mestres qualificados para todo o país, é manter vivo um legado de inteligência e intuição, engenho e perícia, confiança e ousadia, que se quer inspirador e mobilizador, para as atuais e futuras gerações.
Porém, a história do Município de Ílhavo não se escreve apenas com o legado da gente notável, escreve-se também com o legado da gente comum. Das pessoas que desafiam a impossibilidade da realidade e a improbabilidade da lógica. Das pessoas que fazem bem e bem feito. Das pessoas que fazem da sua vida um serviço ao outro.
Tenho a certeza que cada um de nós, aqui, guarda na sua memória uma pessoa, ou várias pessoas, que foram “gigantes”, a quem devemos parte do que somos hoje e a quem devemos o território em que hoje vivemos, estudamos, trabalhamos e disfrutamos.
Nós somos essa gente. Nós somos os herdeiros da gente notável e da gente comum. Essas são as nossas raízes, e como “são as raízes que nos puxam sempre para a frente”, escolhemos este lugar tão especial da memória, que é o Centro de Religiosidade Marítima, para celebrar a história que nos une e nos desafia.
Tenhamos sempre presente que a independência e a liberdade só se defendem e fortalecem com a união e a valorização da gente notável e da gente comum.
Termino esta sessão, convidando-os para uma visita guiada ao Centro de Religiosidade Marítima, ou seja, à nossa história.
Obrigado!
Mensagem do Presidente da Assembleia Municipal de Ílhavo
Paulo Alexandre de Aguiar Pinto Matos dos Santos
Caras e caros Ilhavenses,
Vivemos hoje um dia de celebração.
Permitam-me, como Presidente da Assembleia Municipal, salientar as celebrações da Restauração do Município de Ilhavo, 124 anos depois da sua restauração!
A restauração do Concelho de Ílhavo, feita pelo Decreto de 13 de janeiro de 1898, inseriu-se no longo processo de reforma administrativa, que caracterizou o regime liberal pelo esforço da racionalização e adaptação dos concelhos vindos do Antigo Regime, e pelo antagonismo entre centralização e descentralização administrativa.
Terminava assim, um processo de dependência política e administrativa, com a duração de três anos, despertando uma consciência de identidade local que, passado este tempo, continua fortemente enraizada na população ilhavense.
O nosso Município, abraçado pela Ria e pelo Mar, é hoje um espaço prospero e voltado para o futuro, e onde esta dupla ligação entre a ria e o mar o distingue dos demais pela sua singularidade, geografia e claro, história.
Vivemos numa terra com cerca de nove seculos e meio de história, tendo recebido foral de D. Dinis em 13 de outubro de 1296, tendo sido elevada a cidade a 13 de julho de 1990.
Vivemos num território de gentes de coragem, trabalhadora e de iniciativa, que desde sempre se espalhou por todo o mundo, um Município de vivencias e de momentos.
Cabe-nos a todos nós continuar a escrever esta mesma historia, a homenagear os nossos e a celebrar os muitos momentos de regozijo.
Viva o 13 de janeiro de 1898.
Viva o Município de Ilhavo.