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Ílhavo Quinhentista - Comemorações dos 500 Anos do Foral de Ílhavo
Exposição.
Entrada gratuita
O Município de Ílhavo celebra em 2014 os 500 anos da Outorga do Foral Manuelino de Ílhavo, concedido a 8 de março de 1514 pelo Rei D. Manuel I.
Senhoriava Ílhavo, por alturas da Atribuição do Foral Novo...
Na altura da atribuição do Foral Novo, em 1514, quem senhoriava Ílhavo era António Borges, a quem competia a administração do território, conferindo proteção e justiça aos habitantes da terra, mais especificamente dos lugares de Alqueidão, Vila de Milho, Azenhas do Vale de Ílhavo e Sá, à troca de impostos/benefícios, implícitos na carta foralenga.
António Borges de Miranda era filho de Gonçalo Borges, chamado da Arruda, senhor de Carvalhais e de Verde Milho, “e doutras terras”, o qual, pelos anos
de 1470, era porteiro-mor do rei D. Afonso V, ofício anteriormente desempenhado por seu sogro, Afonso de Miranda. A avoenga de António Borges
entronca em Gonçalo Borges, cavaleiro da guarda del-rei D. João I. Este senhor de Ílhavo era filho do casamento do mencionado Gonçalo Borges com D. Isabel de Sousa, filha de Afonso de Miranda e irmã de D. Leonor de Miranda, mulher de João de Sousa, senhor e comendador perpétuo da vila de Sóza ou “Çosa”. António Borges herdou a casa paterna. Um seu irmão, Pêro Borges de Sousa, serviu o cargo de vedor da casa do príncipe e futuro rei D. João II, por 1472, tornando-se, mais tarde, vedor da chancelaria deste monarca e da de D. Manuel.
O cognome de Miranda herdou-o António Borges de sua mãe, neta de Martim Afonso de Miranda, senhor do morgado da Patameira, e bisneta paterna do
Doutor Martim Afonso, arcebispo de Braga. Afonso de Miranda participou na conquista de Alcácer Ceguer, em 1458, tendo ainda acompanhado D. Afonso V nas guerras com Castela, onde terá falecido por 1476. Foi porteiro-mor do Africano e alcaide-mor de Torres Vedras.
António Borges de Miranda matrimoniou-se com D. Margarida Henriques, filha de D. Afonso Henriques, senhor de Barbacena, de cuja união nasceram Gonçalo da Silva, prior de Verdemilho, Pêro Borges de Miranda e Simão de Miranda, desembargador do Paço, casado com D. Luísa de Melo. António Borges contrairia segundas núpcias com D. Antónia de Miranda, filha de Rui Pereira de Miranda, do qual nasceram Rui Pereira de Miranda, que herdou a casa paterna, Gonçalo Borges, que faleceu da queda de um cavalo, D. Ana de Berredo, que veio a casar-se com Luís de Melo de Sampaio, e D. Antónia de Miranda.
Além de donatário de Ílhavo, António Borges exerceu ainda um papel espiritual, tendo sido nomeado padroeiro da igreja de S. Salvador. No dia da entrega do foral a Ylhevo, a 2 de setembro de 1514, António Borges fez-se representar por Fernam Gonçallvez, seu almoxarife, e Sambastyam Ferrnandez, seu rendeiro, morador em Aveiro.