- Início
- Cândido Teles
Cândido Teles
Foi em Ílhavo que num dia do ano de 1921, nasceu o pintor Cândido Teles.
Ainda jovem, o artista fez o seu aprendizado, através do convívio dos seus familiares mais próximos, que na época, trabalhavam como pintores na Fábrica da Vista Alegre. A sua faceta de artista está também ligada com o seu pai, Amadeu Simões Teles e José Patoilo, seu avô.
Fez o Liceu em Aveiro, onde no 3º ou 4º ano concorreu ao Jogos Florais, tendo sido distinguido. Com 18 anos conheceu o pintor Fausto Sampaio e começou por acompanhá-lo, primeiro para ver o trabalho e, por último, a trabalhar ao seu lado. Por influência de Fausto Sampaio começou a pintar a óleo.
Em 1938, fez a sua primeira exposição no salão Arrais Ançã, na Costa Nova. Em 1944, foi mobilizado para os Açores, onde começou a pintar a figura humana. Em 1951, foi para Angola, onde procurou as figuras enquadradas na arborização original.
Voltou à Metrópole, ingressando no curso Estado Maior. Em 1962, viajou para a Madeira onde conheceu Júlio Resende. Mais tarde, foi mobilizado para comandar um batalhão em Angola.
Cândido Teles regressou à pátria natal, mais concretamente a Évora. Aí colheu ensinamentos profundos de Júlio Resende. As cores das duas telas mudam: deixou as cores negras e começou a pintar com muita luz.
Mais tarde, volta novamente para a guerra. A paleta escurece novamente. Fez quadros onde aparecem figuras maltrapilhas, pobres, doentes, mutiladas. Mas, na Ilha de Moçambique, tornou a pintar marinhas com muita cor, trabalhando exclusivamente a figura humana.
De regresso a Ílhavo, fez a sua reintegração e empenhou-se em buscar a arte xávega, os temas da pesca na ria, da faina do moliço que procurou reviver. Retornou também à cerâmica, arte a que desde os primeiros contactos do tempo do avô nunca deixou de se entregar.
Faleceu a 31 de outubro de 1999.
Cândido Teles trilhou um percurso de vida notável e uma caminhada artística singular, deixando um imponente espólio digno das mais ilustres homenagens.