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João da Madalena
Foi no dia 20 de março de 1922, na Rua Carlos Marnoto, em Ílhavo, que nasceu João Orlando Rodrigues da Madalena.
Com apenas 6 anos de idade, a sua família viu-se obrigada a mudar de casa por força do falecimento do avô, ficando o pai encarregue pela mercearia que era propriedade daquele.
É aqui que, graças a muitos clientes bons executantes de instrumentos de cordas, João da Madalena começa a sentir vocação para a música, dedilhando, principalmente, viola e cavaquinho.
Em 1934 matriculou-se na Escola Comercial e Industrial Fernando Caldeira, em Aveiro, vindo a concluir o seu curso quatro anos mais tarde. Seguiu para o Porto onde frequentou o Curso Complementar, que completou em 1943.
João da Madalena ingressou na Carreira das Finanças, em 1942, como Auxiliar da Fazenda Pública de Pombal. Vários cargos se seguiram numa carreira de 44 anos, ascendente e exemplar, que terminou a 1 de maio de 1986, como Perito de 1ª Classe da Direção Geral das Contribuições e Impostos.
Apesar do seu grande empenhamento na carreira profissional, este ilhavense nunca se alheou da Música. Das suas influências musicais há dois nomes a reter: António Gil Rodrigues, seu tio, que era um notabilíssimo executante de viola e Guilhermino Ramalheira, que foi seu professor de Música e de quem recebeu muitos ensinamentos. João da Madalena foi compositor e violinista de diversas orquestras, nomeadamente no Porto, onde frequentou o Conservatório de Música, e em Aveiro, Ílhavo, Vagos e Mira, localidades onde exerceu funções como funcionário das Finanças.
Durante a sua estadia no Porto, João da Madalena compôs e ensaiou diversas festas estudantis, podendo ser destacada a "Revista em 2 Atos e 20 Quadros", cuja récita intitulada "É P’ra Já" foi exibida no Teatro Sá da Bandeira. Mais tarde, colaborou com os famosos Professores Guilhermino Ramalheira e José Pereira Teles, musicando e ensinando algumas peças, tendo-se deslocado a Lisboa com um maravilhoso carro alegórico (uma caravela) para representar Ílhavo nas Festas Centenárias daquela Cidade, em 1947.
A gravação do disco de Ílhavo aconteceu em 1959 e é hoje considerado Património Cultural desta Terra, pois inclui a famosa Canção de Ílhavo, assim como outras, como é o caso de uma intitulada "Por Ti", de sua autoria, que dedicou a sua namorada, e mais tarde esposa, Noémia.
João da Madalena compôs Marchas de S. João para Ílhavo, Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo, assim como para os concelhos limítrofes. Fazem também parte do seu repertório várias melodias para Festivais, das quais podemos salientar nomes como "Anseio" e "Admirando", bem como um Hino feito para o Illiabum Clube.
Foi galardoado com diversas medalhas e diplomas por mais de 20 Instituições do Concelho de Ílhavo e homenageado pela Câmara Municipal com a Medalha do Concelho em Vermeíl, aquando das Comemorações do Feriado Municipal, em 2003.
Faleceu a 16 de junho de 2010.