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Gabriel Ançã
Gabriel Ançã nasceu em Ílhavo, a 8 de janeiro de 1845, filho de pais muito humildes. Apesar de ter frequentado a escola do Professor Ratola, optou por seguir a vida de seu pai, João José Ançã, que era pescador. Desde muito novo que Gabriel Ançã começou a dar provas da sua valentia, nadando descontraidamente na praia da Costa Nova, relando sempre bom fôlego. Com 18 anos fez a travessia do rio Tejo a nado. Mas um ano antes, nesse mesmo rio, mostrou as suas capacidades. Trabalhava entao numa barca inglesa que encalhou e socorreu quantos naufragaram, incluindo uma criança.
Com 19 anos já era Arrais. Por esta altura salvou 35 náufragos de um barco que virou na Costa Nova. Mas o resgate porque ficou conhecido deu-se em outubro de 1880. o vapor frances "Natave" naufragou a 2 Kms da Praia da Torreira. Apesar da fúria das águas do mar, Gabriel Ançã conseguiu sozinho salvar 17 pessoas. Por esse feito recebeu uma medalha, entregue pelo Conselheiro Manuel Firmino. Durante a sua vida salvou 123 pessoas.
Em 1886 foi condecorado pelo Rei D. Luís, com medalha de outro para a distinção e prémio concedido ao mérito, Filantropia e generosidade.
Morreu em fevereiro de 1930, com 85 anos de idade, tranquilo em sua casa, mas triste porque nunca mais iria ver o mar.
Gabriel Ançã, homem sem cultura, nasceu para lutar contra o mar e nunca voltou a cara ao perigo. Costumava dizer que o mar é cobarde pois ataca quase sempre pelas costas. Foi uma pessoa que nunca se preocupou com os bens materiais, preocupando-se mais com os outros da sua classe do que, muitas vezes consigo próprio.