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Artur da Velha
Artur da Velha nasceu, na Lagoa, a 20 de setembro de 1885 e morreu em 16 de novembro de 1954. Capitão da Marinha Mercante, foi o marinheiro mais destemido que comandou barcos em Portugal.
Apesar de todos os ataques que sofria de cruzadores, de minas, de submarinos e de aeroplanos nunca se desviou da rota normalmente seguida. Foi sempre insubmisso e audaz. Naturalmente que a sua rebeldia lhe podia trazer dissabores. A sua submissão ás ordens do Almirante Inglês, a desobediência constante às autoridades marítimas francesas e o seu quase desconhecimento das preocupações que os barcos deviam tomar em tempo de guerra levaram a França a instaurar-lhe três processos a que recusou comparecer.
Durante a Primeira Guerra Mundial, foi comandante do vapor "Machico", que como todos os outros andava artilhado com um canhão. Este nunca disparou um tiro pois o capitão achava desnecessário. No entanto afundou dois submarinos alemães no Mediterrâneo, que eram o terror da navegação. O seu processo era simples: quando avistava um submarino dirigia-se a ele a todo o vapor por forma que este ou fugia perante o ímpeto invulgar ou ficava despedaçado.
Por este fato foi condecorado com a "Victória Cross" pelo governo Inglês, a "Legião de Honra" pelo governo Francês, a "Torre de Espada" e a "Cruz de guerra" pelo governo Português. Mas o governo alemão, com o seu orgulho ferido, ofereceu trinta mil Marcos a quem o aprisionasse. Artur da Velha é uma das mais nobres figuras dessa lendária série de Velhos Lobos do Mar que honra o país e dignificam as profissões a que pertencem.